George Washington Carver

George Washington Carver

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Historico do Clube de Regatas Vasco da

Clube de Regatas Vasco da Gama

História do Clube de Regatas Vasco da Gama



O século XIX estava com os dias contados. Prudente de Morais, o terceiro presidente de nossa República, encerrava o seu mandato. O Rio de Janeiro, Distrito Federal, com pouco mais de 500 mil habitantes, era o lugar preferido de jovens que participavam de saraus e recitavam poesias. Nesse ambiente cultural, o remo era um dos únicos esportes com algum destaque na cidade. Aos domingos, uma pequena e educada multidão se agrupava nos arredores do Passeio Público e da Rua Santa Luzia para ver, nas águas limpas da Baía de Guanabara, competições entre os barcos de clubes e seus remadores.

Nessa época, quatro jovens - Henrique Ferreira Monteiro, Luís Antônio Rodrigues, José Alexandre d `Avelar Rodrigues e Manuel Teixeira de Souza Júnior - , cansados de viajar a Niterói para remar com barcos do Club Gragoatá, decidiram fundar uma agremiação de remo.

Depois de uma reunião na casa de um deles, à Rua Teófilo Ottoni 90, o número de interessados aumentou, e os encontros foram transferidos para o Clube Recreativo Arcas Comercial (Rua São Pedro). A idéia era conseguir a adesão de caixeiros portugueses, que gostavam de esportes e não tinham dinheiro para o ciclismo, em voga na época.

Chegara a hora da fundação. Com 62 sócios assinando presença, no dia 21 de agosto de 1898, no Clube Dramático Filhos de Talma (Rua da Saúde, 293) nascia um gigante chamado Club de Regatas Vasco da Gama. A reunião foi presidida por Gaspar de Castro, que convidou para secretariá-lo Virgílio Carvalho do Amaral e Henrique Teixeira Alegria.


O REMO, A PRIMEIRA MODALIDADE ESPORTIVA

A aquisição dos barcos era prioridade para o Vasco. Os sócios se cotizaram e, com muito esforço, conseguiram comprar as baleeiras Zoca, Vaidosa e Volúvel, que estavam de acordo com as especificações determinadas pela União de Regatas Fluminense, entidade que regulava os esportes náuticos no Rio.

Em 04 de junho de 1899 o Vasco venceu sua primeira regata, na classe novos, com o barco Volúvel, de seis remos. O páreo, denominado Vasco da Gama, em homenagem ao novo clube, foi vencido com uma guarnição composta pelo patrão Alberto de Castro e os remadores José Lopes de Freitas, José Cunha, José Pereira Buda de Melo, Joaquim de Oliveira Campos, Antônio Frazão Salgueiro e Carlos Batista Rodrigues.

O ano de 1900 foi um marco na histórica rivalidade com o Flamengo. No primeiro páreo da história do remo no Brasil, e que levava o nome do clube da Gávea, a embarcação do Vasco foi a vencedora.

O destino do Vasco sempre foi a vitória. Com empolgados torcedores assistindo às competições no varandim construído por Pereira Passos às margens da Baía de Guanabara, o primeiro título estadual não demorou. E veio em dose dupla, 1905 e 1906. No ano do bi, dia 26 de agosto, os remadores vascaínos deram outro duro golpe no rival, vencendo mais uma vez um páreo com o nome Club de Regatas do Flamengo.

O primeiro tricampeonato do Vasco e da história do remo carioca veio em 1912, 1913 e 1914, com as embarcações Meteoro e Pereira Passos.

1904 - UM DESAFIO AO RACISMO

Os vascaínos elegeram o primeiro presidente não-branco da história dos clubes esportivos em atividade no Rio. Numa época em que o racismo dominava o esporte, Cândido José de Araújo, um mulato que não dispensava a elegância de um cravo branco na lapela, fez uma gestão exemplar, apresentando o Vasco como um clube aberto e sem preconceitos.

1915 - NASCE O FUTEBOL NO VASCO

Com o sucesso no mar, era hora de colocar a bandeira vascaína no topo de outras modalidades esportivas.

Trazido da Inglaterra, o futebol, depois de um começo tímido nos primeiros anos do século, vinha ganhando força e popularidade junto aos cariocas. Em 1913, um combinado português veio ao Rio a convite do Botafogo para disputar alguns amistosos. O relativo fracasso do time na excursão não foi suficiente para aplacar a empolgação da colônia lusa com o esporte bretão. Em pouco tempo, os portugueses radicados no Rio formaram seus clubes para a prática dessa modalidade esportiva: o Centro Esportivo Português, o Lusitano e o Lusitânia. Dos três, o único que conseguiu manter-se foi o Lusitânia, justamente um clube cujo estatuto só autorizava portugueses nos quadros.

A diretoria do Vasco, interessada desde o início da década em formar um time de futebol, vinha tentando seduzir o escrete luso a se fundir ao clube de regatas. O empecilho era a restrição da nacionalidade, pois as regras do Vasco afirmavam a união de irmãos de todas as raças, mas a norma da Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA), que promovia o futebol no Rio, impedia a participação de clubes sem brasileiros em seus quadros. O Lusitânia cedeu e aceitou a fusão.

No dia 26 de novembro de 1915, nascia o futebol do Vasco. Pouco mais de cinco meses depois, no dia 3 de maio de 1916, vestindo uma camisa preta com a Cruz da Ordem de Cristo - equivocadamente chamada de Cruz-de-Malta - à altura do coração, o time do Vasco estreou, no campo do Botafogo, contra o Paladino Futebol Clube, na Terceira Divisão da Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA). O resultado não foi muito animador: goleada de 10 a 1 para os adversários. O gol de honra dos cruzmaltinos, primeiro gol da história do Vasco, foi marcado por Adão Antônio Brandão, um português que viera para o Rio de castigo, pois o pai não perdoava sua falta de gosto pelos estudos.


Adão marcou o 1° gol da história do Vasco.

Nos tempos do amadorismo, Adão marcou época no clube como um atleta polivalente, que se destacava tanto no futebol quanto em outros esportes, como atletismo, remo, natação e pólo aquático. Jogou futebol até 1933, quando o esporte se profissionalizou no então Distrito Federal.

O fracasso nos jogos iniciais não desanimou o time. A primeira vitória surgiu pouco tempo depois, no dia 29 de outubro de 1916: o Vasco venceu a Associação Atlética River São Bento por um magro, porém convincente, marcador de 2 a 1. Os gols que deram a alegria aos vascaínos foram de Alberto Costa Júnior e Cândido Almeida. A partida, disputada no campo do São Cristóvão, na Rua Figueira de Mello, valia pontos para a Terceira Divisão da LMSA. No entanto, o resultado positivo não foi suficiente para melhorar a colocação e o time de São Januário terminou em último lugar.

Em 1917, a LMSA foi reformada e passou a ser denominada Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMTD). O número de participantes em cada Divisão aumentou para dez e os seis clubes da Terceira Divisão - inclusive o Vasco - foram promovidos para a competição da Segunda. No campeonato daquele ano, o Catete ficou com o título, mas o time cruzmaltino começou a mostrar sua força, com nove vitórias em 16 jogos e a quarta colocação no total geral de pontos. No ano seguinte, o título foi conquistado pelo Americano, time da capital, mas o Vasco chegou ainda mais perto, terminando a disputa na terceira colocação.

Em 1919, o Vasco, mesmo com nove vitórias, chegou na quinta posição, deixando o título para o Palmeiras. No ano seguinte, um quarto lugar. No campeonato de 1921, a Liga Metropolitana reordenou as Divisões, separando a Primeira pelas categorias A e B. O Vasco foi conduzido para a B, e os bons resultados não demoraram a aparecer. Os cruzmaltinos chegaram perto mais uma vez, dois postos atrás do time campeão, o Vila Isabel.

1922 - CHEGANDO À PRIMEIRA DIVISÃO DO FUTEBOL

Em 1922 a redenção. O Vasco venceu a Série B em todos os quadros que disputou. Quem esteve no estádio da Rua Morais e Silva, no dia 17 de julho daquele ano, viu o time principal massacrar o Carioca, imputando-lhe um humilhante 8 a 3, e levantar a Taça Constantino, primeira na história do futebol do clube.

A equipe, comandada pelo rigoroso técnico uruguaio Ramón Platero, jogou com Nélson, Mingote e Leitão, Nolasco, Bráulio e Artur, Pascoal, Cardoso Pires, Torterolli, Claudionor e Negrito. O artilheiro foi Claudionor, que marcou quatro gols, seguido de Cardoso Pires, com dois. Pascoal e Torterolli fizeram um cada.

Muito mais do que um título, a goleada deu ao Vasco a chance de que precisava para estar entre os grandes, na Série A da Primeira Divisão, e mostrar seu valor. Com um time cada vez melhor e uma torcida que começava a mostrar sua força nos subúrbios do Rio, seria mais fácil do que se imaginava. Mas, antes, a equipe teria de enfrentar o São Cristóvão, último colocado da Divisão Principal em 22, para ganhar a vaga entre os grandes. Como houve empate sem gols, o Vasco ganhou a almejada promoção e o São Cristóvão não foi rebaixado.

1923 - O PRIMEIRO TÍTULO LOGO NA ESTRÉIA ENTRE OS GRANDES


O 1° time campeão entre os grandes

No ano seguinte, com os cariocas ainda chorando a morte de Ruy Barbosa, o time entrou na disputa pelo título principal do futebol da cidade. O Vasco, um clube desacreditado, vinha de um campeonato em que os oponentes eram times fracos. E enfrentaria os grandes, como Flamengo, Fluminense, Botafogo e América.

Mas um fato despertou curiosidade. Enquanto os times que disputavam a Série A eram formados exclusivamente por jovens da elite carioca, o Vasco chegava ao campeonato recheado de jogadores negros e de operários, todos arrebanhados nos terrenos baldios dos subúrbios cariocas. O técnico Ramón Platero submetia os jogadores a um ritmo alucinante de treinos, fazia-os correr diariamente do campo do Vasco, então na Rua Morais e Silva, na Quinta da Boa Vista, até a Praça Barão de Drumond, em Vila Isabel. Os demais grandes, apesar de instigados, não notaram a força do time do Vasco.

Depois de um empate em um gol com o Andaraí, em General Severiano, a nau vascaína se aprumou no campeonato e foi esmagando seus adversários, sempre utilizando uma técnica infalível. Como o preparo físico do time era evidentemente superior ao dos outros, Platero fazia seu time levar o primeiro tempo em ritmo lento, para, no segundo, arrasá-los. Todas as 11 vitórias no campeonato foram alcançadas nos últimos 45 minutos.

No fim do primeiro turno, o Vasco já apresentava números assustadores para os adversários: seis vitórias e apenas um empate, na estréia no campeonato. A equipe cruzmaltina seguia seu caminho de sucesso também no segundo turno, quando encontrou pela frente seu já conhecido rival de Regatas, o Flamengo. Na primeira vez na história em que os dois times se enfrentaram, no turno anterior, o Vasco chegara à vitória pelo marcador de 3 a 1. Os camisas pretas - apelido dado aos jogadores vascaínos por causa do uniforme - vinham massacrando seus adversários e o time rubro-negro seria apenas mais um a cair.

Domingo, 8 de julho de 1923. O título Clássico dos Milhões, que mais tarde nomeou o confronto entre os dois rivais, já poderia ter sido inventado naquela tarde, no campo do Fluminense, na então Rua Guanabara.

A Liga Metropolitana, responsável pela organização do campeonato e de olho na grande arrecadação, pos ingressos demais à venda. O resultado foi contado nos jornais da época. " Mais de 35 mil pessoas, sem exagero, encheram as vastas dependências do tricolor", escreveu "O Imparcial". Com todos os espaços reservados ao público preenchidos, muitos torcedores pularam a grade que separava o campo para assistir ao jogo da pista de atletismo. O interesse naquela partida era justificável: os vascaínos vinham vencendo todos os clubes cariocas e o que se viu naquela tarde foi uma reunião de torcedores de todos os times contra os terríveis camisas pretas.

O Flamengo largou na frente e logo depois ampliou a vantagem para 2 a 0. No início do segundo tempo Cecy diminuiu, mas em seguida os rubro-negros ampliaram o marcador. A quatro minutos do fim Arlindo descontou mais uma vez para o Vasco, deixando o marcador em 3 a 2. Na seqüência, houve uma forte pressão dos vascaínos, mas o Flamengo conseguiu sustentar o resultado. O jogo criou uma polêmica histórica. Os cruzmaltinos afirmam, até hoje, ter havido um terceiro gol, mal anulado pelo árbitro. Mas não há qualquer registro desse lance na imprensa carioca.

Resta a dúvida na cabeça de alguns vascaínos: será que, como a torcida que lotava o estádio, os jornalistas também torciam contra os camisas pretas? No entanto, a derrota para o rival não abalou a confiança do Vasco que partiu com tudo para buscar o título.

Bem alimentados pelas refeições que faziam no restaurante Filhos do Céu, na Praça da Bandeira, e bem dispostos, graças ao repouso oferecido no dormitório do Clube, os jogadores cruzmaltinos enfrentaram, a seguir, América, Fluminense e São Cristóvão. Rubros e tricolores caíram na mesma tática das demais vitórias vascaínas e foram liquidados, no segundo tempo, pelo suficiente placar de 2 a 1. Uma vitória sobre o São Cristóvão, na penúltima rodada, daria o título por antecipação aos cruzmaltinos. Por isso mesmo, o adversário partiu para cima e marcou primeiro, ampliando a vantagem logo a seguir. Com 2 a 0 no placar, o público que torcia contra o Vasco acreditava que a parada estava ganha. Contudo, mais uma vez, a estratégia de Ramón Platero funcionou e, na etapa final, o time entrou com mais fôlego e virou a partida para 3 a 2, com um gol de Cecy e dois de Negrito.

Os camisas pretas, no seu ano de estréia na Série A da Primeira Divisão, tornavam-se campeões com todos os méritos possíveis, com o seguinte time base: Nélson, Leitão e Mingote, Nicolino, Claudionor e Artur, Pascoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito.

1923 - O VASCO CRIA O BICHO NO FUTEBOL

Nesse campeonato o Vasco instituiu uma forma criativa de pagamento aos seus jogadores. Nos mercados de secos e molhados da Saúde e da Rua do Russel, os portugueses tinham o hábito de apostar nas vitórias do Vasco.

Como quase sempre venciam, decidiram dividir o lucro com os jogadores. Contudo, os atletas não poderiam receber em dinheiro, já que eram amadores. Criou-se, então, uma tabela que rendia uma premiação de animal, de acordo com a importância do adversário que o Vasco vencia. O América, o campeão em 22, valia uma vaca com quatro pernas. O Flamengo, bicampeão em 20/21 era merecedor de uma vaca com três pernas. Uma vitória sobre o tricolor carioca era trocada por duas ovelhas e um porco. Vencer o Botafogo e outros times também rendiam algum animal, sempre de galo para cima.

Estava então criado o bicho, um tipo de premiação por bom resultado em um jogo e que viraria uma instituição no futebol brasileiro.

1924 - UMA RESISTÊNCIA À DISCRIMINAÇÃO RACIAL E SOCIAL

Enquanto na política o líder era o presidente Arthur Bernardes, no futebol a equipe vascaína vencia quase todas as partidas que disputava e também as competições. Depois de atropelar os adversários no ano anterior, em 1924 o Vasco já era o inimigo número 1 das demais torcidas cariocas. Um rival a ser batido, de qualquer maneira.

E já que era difícil batê-lo em campo, os dirigentes dos clubes rivais resolveram investigar as posições profissionais e sociais dos camisas pretas, pois o futebol ainda era amador e jogador não podia receber pela prática do esporte. Um verdadeiro golpe para tirar o Vasco das disputas.

Entretanto, os vascaínos driblaram com categoria as leis da Liga Metropolitana ao registrarem seus craques como empregados de estabelecimentos comerciais dos portugueses.

Não satisfeitos, os membros da sindicância da entidade resolveram fiscalizar a veracidade das informações. O tricolor Reis Carneiro, o rubro Armando de Paula Freitas e o rubro-negro Diocésano Ferreira se cansaram de bater às portas das firmas lusitanas e ouvir que os jogadores, ou melhor, funcionários, estavam realizando serviços externos.

A fiscalização das profissões dos jogadores era, na realidade, ilegítima. Por baixo dos panos, muitos atletas dos grandes clubes cariocas já recebiam para jogar. O que de fato incomodava os adversários era a origem daqueles jogadores: um time formado por negros, mulatos e operários, arrebanhados nas áreas pobres da cidade do Rio de Janeiro. E, ainda por cima, com o troféu nas mãos.

Depois de esgotadas todas as possibilidades de retirar o Vasco da disputa, pelo regulamento da Liga Metropolitana, os adversários apelaram para a criação de uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA). Aceitaram a inscrição de todos os grandes e, é claro, recusaram a dos vascaínos. Com um argumento nada convincente. Segundo os dirigentes adversários, o time cruzmaltino era formado por atletas de profissão duvidosa e o clube não contava com um estádio em boas condições.

Realmente, o campo da Rua Morais e Silva não tinha a estrutura que o Vasco merecia, mas não era esse o problema. Isso ficou claro na proposta feita pela AMEA, excluir 12 de seus jogadores da competição, justamente os negros e operários. O Vasco recusou a proposta por uma carta histórica de José Augusto Prestes, então presidente cruzmaltino, ao presidente da AMEA, Arnaldo Guinle:

"Estamos certos de que Vossa Excelência será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno de nossa parte sacrificar, ao desejo de filiar-se à Amea, alguns dos que lutaram para que tivéssemos, entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923", argumentou Prestes. Ele prosseguiu defendendo seus atletas. "São 12 jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de suas carreiras. Um ato público que os maculasse nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles com tanta galhardia cobriram de glórias". E finalizou, decidindo não entrar na nova entidade: "Nestes termos, sentimos ter de comunicar a Vossa Excelência que desistimos de fazer parte da Amea".

Sem um campo em condições e vítima do racismo de seus adversários, restou ao Vasco disputar, com outros 21 times de menor expressão o campeonato da abandonada Liga Metropolitana de Desportos Terrestres. Dezesseis vitórias depois, sem nenhum empate ou derrota, os camisas pretas levantavam o bicampeonato sem dificuldades. No triangular final, no campo do Andaraí, o Vasco goleou por 5 x 0 o Engenho de Dentro e passou sem dificuldades pelo Bonsucesso, com uma vitória simples. O time-base era quase uma repetição do ano anterior, com apenas duas substituições: Nicolino por Brilhante e Arlindo por Russinho. Ramón Platero permanecia firme no comando.

No ano seguinte, graças à intervenção de Carlito Rocha, dirigente do Botafogo e árbitro da polêmica partida contra o Flamengo, em 1923, o Vasco foi admitido na Amea. O Clube mandava seus jogos no campo do Andaraí, onde é hoje o Shopping Iguatemi, mas seus dirigentes já se movimentavam para construir um belo estádio de futebol. E, por tabela, dar uma lição naqueles que um dia afastaram os camisas pretas da disputa com os grandes.

Historico do Botafogo Futebol e Regatas

Nota: Se procura outros significados de Botafogo, veja Botafogo.

Botafogo
Sede de General Severiano
Nome Botafogo de Futebol e Regatas
Alcunhas Estrela Solitária
O Glorioso
Fogão
Alvinegro
Fogo
Time de General Severiano
Bota
Torcedor Botafoguense ou alvinegro
Mascote Manequinho
Pato Donald
Cão (Biriba)
Fundação 1 de julho de 1894 (116 anos) (Regatas)
12 de agosto de 1904 (106 anos) (Futebol)
8 de dezembro de 1942 (67 anos) (Fusão)
Estádio {{{estádio}}}
Mando de jogo em Stadium Rio
Capacidade (mando) 46.953
Presidente Brasil Maurício Assumpção
Treinador Brasil Joel Santana
Patrocinador Brasil Neo Química Genéricos
Brasil Bozzano
Material esportivo Itália Fila
Divisão 2010 Rio de Janeiro Campeão estadual
Flag of Brazil.svg Campeonato Brasileiro
Brasil 16 avos de final (Copa)
Divisão 2009 Rio de Janeiro Vice-campeão estadual
Brasil 15º colocado
Brasil 16 avos de final (Copa)
Copa Sul-americana. Quartas de Final
Ranking nacional 12º lugar, 1615 pontos
Website Botafogo.com.br
Kit left arm bota10h.png Kit body bota10h.png Kit right arm bota10h.png
Kit shorts white stripes.png
Kit socks.png
Uniforme
titular

Kit left arm.png Kit body bota10a.png Kit right arm.png
Kit shorts.png
Kit socks.png
Uniforme
alternativo

Kit left arm blackborder.png Kit body bota10t.png Kit right arm blackborder.png
Kit shorts.png
Kit socks.png
Uniforme
alternativo
Soccerball current event.svg Temporada atual
editar

Botafogo de Futebol e Regatas é um clube socioesportivo com sede no bairro homônimo, na capital do Rio de Janeiro. Suas maiores glórias esportivas vêm principalmente do futebol, mas também do remo, voleibol, basquete, esportes aquáticos e outros mais. Fundado para o remo em 1 de julho de 1894 sob o nome de Club de Regatas Botafogo, fundiu-se com o Botafogo Football Club, outro clube, fundado oficialmente em 12 de agosto de 1904, do mesmo bairro, que levava uma trajetória paralela, em 8 de dezembro de 1942. O Botafogo tem como cores o preto e o branco (atualmente o clube também utiliza em seu uniforme a cor intermediária entre o branco e o preto, a cor cinza) e seus torcedores são denominados botafoguenses. Um dos clubes mais tradicionais do Rio de Janeiro e do Brasil, comemorou seu centenário em 1 de julho de 1994 (é o clube mais antigo a disputar a série A do Campeonato Brasileiro de Futebol).

Apelidado de o Glorioso pelas goleadas aplicadas no início do século XX, é a equipe de futebol responsável pelo placar mais elástico da história do futebol brasileiro: 24 a 0 sobre o Mangueira. O alvinegro foi muitas vezes base da Seleção Brasileira e é o recordista de convocações, tendo 97 jogadores chamados no geral e também 46 convocações para Copas do Mundo. Depois de viver um próspero momento logo após sua fundação e ter dominado o futebol carioca no início da década de 1930, viveu seu auge nas décadas de 1950 e 1960. Detém o recorde de maior sequência invicta do futebol nacional: 52 partidas sem derrotas entre 1977 e 1978. Após ter vencido a Copa Conmebol (precursora da atual Copa Sul-Americana) de 1993 e o Campeonato Brasileiro de 1995, foi eleito pela FIFA o 12° maior clube de futebol do século XX. Disputou a Série B em 2002 e retornou à Série A no ano seguinte, o Botafogo sagrou-se a única entidade esportiva brasileira campeã em três séculos distintos, XIX, XX e XXI ao vencer o Campeonato Carioca de Futebol em 2006. O Fogão também é o único clube campeão de terra, mar e ar em um mesmo ano. Venceu, entre outras competições, os estaduais de futebol, remo e aeromodelismo em 1962. O time serviu de inspiração para a fundação de outros clubes homônimos, como por exemplo o Botafogo da Paraíba, o Botafogo de Brasília, o Botafogo de Cabo Verde, na África, entre outros. O time já jogou em mais de 100 cidades pelo mundo todo, em quatro continentes.[1]


É conhecido pela estrela de cinco pontas em seus distintivos, que lhe dá a alcunha de Estrela Solitária. O Dia do Botafogo é o dia 16 de maio, sancionado pelo Governo de estado do Rio de Janeiro. A data foi escolhida em homenagen ao ex-jogador Nilton Santos, nascido em 16 de maio de 1925.[2].
Índice
[esconder]

* 1 História
o 1.1 Club de Regatas Botafogo
+ 1.1.1 Grupo de Regatas Botafogo
+ 1.1.2 Criação do clube
o 1.2 Botafogo Football Club
+ 1.2.1 A fundação
+ 1.2.2 O Glorioso
+ 1.2.3 Entressafra alvinegra
+ 1.2.4 Geração de 30: o Tetracampeonato
o 1.3 Botafogo de Futebol e Regatas
+ 1.3.1 A fusão
+ 1.3.2 Retomada de títulos
+ 1.3.3 Época de ouro
+ 1.3.4 21 anos de drama
+ 1.3.5 Anos 1990 e a "Tuliomania"
+ 1.3.6 A crise e a Segunda Divisão
+ 1.3.7 De volta à elite
* 2 Símbolos
o 2.1 Estrela Solitária
o 2.2 Escudo
+ 2.2.1 Estrelas
o 2.3 Bandeira
o 2.4 Camisa 7
o 2.5 Uniforme
+ 2.5.1 Temporada 2010-11
* 3 Sedes e estádios
o 3.1 General Severiano
+ 3.1.1 Estádio
+ 3.1.2 CT João Saldanha
o 3.2 Mourisco Mar
o 3.3 Marechal Hermes
o 3.4 Caio Martins
o 3.5 Stadium Rio
o 3.6 Sacopã
o 3.7 Loja Oficial Botafogo
o 3.8 Sedes antigas
* 4 Hinos
* 5 Mascotes
* 6 Torcida
o 6.1 Movimentos de torcedores organizados
* 7 Companhia Botafogo
* 8 Títulos no futebol
o 8.1 Continentais
o 8.2 Nacionais
o 8.3 Regionais
o 8.4 Estaduais
o 8.5 Outros
+ 8.5.1 Categorias de Base
* 9 Elenco atual
* 10 Rivais
* 11 Presidentes
* 12 Grandes treinadores
* 13 Grandes futebolistas
* 14 Estatísticas do futebol
* 15 Publicações sobre o Botafogo
* 16 Referências
* 17 Ligações externas

[editar] História

Ver artigo principal: História do Botafogo de Futebol e Regatas para dados mais detalhados

[editar] Club de Regatas Botafogo
[editar] Grupo de Regatas Botafogo
Localização do Botafogo no mapa da América do Sul.

Em 1891, sob a liderança de Luiz Caldas, foi fundado o Grupo de Regatas Botafogo. O grupo de remo ganhou esse nome em homenagem à enseada do bairro onde competiam seus barcos. Esta associação contava em sua gênese com a participação de membros vindos do Clube Guanabarense, criado em 1874.[3]

No contexto da Revolta da Armada, dois líderes revolucionários, o almirante Custódio de Melo e o comandante Guilherme Frederico de Lorena, tinham, respectivamente, dois filhos como sócios do grupo, João Carlos de Melo (John) e Frederico Lorena (Fritz). Esta ligação dos jovens com o grupo levantou suspeitas do governo sobre o Botafogo, que foi obrigado a interromper suas atividades. Por conta da perseguição, John e Fritz deixaram o Rio de Janeiro, e Luiz Caldas foi preso.

Luiz Caldas viria a falecer pouco tempo depois, ao final de junho de 1894. Então, os sócios restantes do Grupo de Regatas Botafogo reuniram-se para regulamentar a criação do clube. Com quarenta sócios, em 1 de julho de 1894 era fundado o Club de Regatas Botafogo.
[editar] Criação do clube
Local no Estado do Rio de Janeiro.
Primeira sede do Club de Regatas Botafogo.

A sede do clube era em um casarão, atualmente demolido, no sul da praia de Botafogo, encostado ao Morro do Pasmado, onde hoje termina a avenida Pasteur. Os fundadores do Club de Regatas Botafogo foram Alberto Lisboa da Cunha, Arnaldo Pereira Braga, Arthur Galvão, Augusto Martins, Carlos de Souza Freire, Eduardo Fonseca, Frederico Lorena, Henrique Jacutinga, João Penaforte, José Maria Dias Braga, Julio Kreisler, Julio Ribas Junior, Luiz Fonseca Quintanilha Jordão, Oscar Lisboa da Cunha e Paulo Ernesto de Azevedo.

A embarcação botafoguense Diva tornou-se uma lenda nas águas da Baía de Guanabara, tendo vencido todas as 22 regatas que disputou, sagrando-se campeão carioca de 1899. Apesar da larga tradição no esporte, o Club de Regatas Botafogo só foi esta vez campeão carioca de remo (os outros títulos estaduais vieram após a fusão).

O Club de Regatas Botafogo foi o primeiro clube carioca campeão brasileiro de alguma modalidade esportiva: de remo, em campeonato realizado no Rio de Janeiro em outubro de 1902, com a vitória do atleta Antônio Mendes de Oliveira Castro, que anos mais tarde viria a se tornar presidente do clube.

Na primeira regata disputada pelo recém-fundado Clube de Regatas do Flamengo, os remadores deste bateram em uma boia de sinalização e adernaram, tendo sido salvos por uma guarnição do Botafogo, que rebocou o barco rubro-negro até a linha de chegada.[4]

Uma curiosidade na história do Club de Regatas é que seus atletas já haviam se arriscado a praticar o futebol. Isto aconteceu em 25 de outubro de 1903, antes da fundação do Botafogo Football Club. Os remadores botafoguenses reuniram-se com os colegas de esporte do Flamengo para a disputa de um amistoso. O time do Botafogo, formado por W. Schuback, C. Freire e Oscar Cox; A. Shorts, M. Rocha e R. Rocha; G. Masset, F. Frias Júnior, Horácio Costa Santos, N. Hime e H. Chaves Júnior, goleou o Flamengo por 5 a 1 no campo do Paissandu. Alguns dos atletas do Botafogo integravam o time de futebol do recém-fundado Fluminense.
[editar] Botafogo Football Club
[editar] A fundação
Vista aérea atual do bairro de Botafogo.

O bairro de Botafogo foi o local onde se fundou para o futebol o Electro Club, primeiro nome dado ao Botafogo Football Club. A ideia surgiu a partir de Flávio Ramos e Emmanuel Sodré, que estudavam juntos no Colégio Alfredo Gomes. Durante uma aula cansativa de álgebra ministrada pelo general Júlio Noronha, um bilhete passado por Flávio a Emmanuel dizia: "O Itamar tem um clube de football na rua Martins Ferreira. Vamos fundar outro no Largo dos Leões? Podemos falar aos Werneck, ao Arthur César, ao Vicente e ao Jacques".

Emmanuel aguardou o fim da aula para expressar seu entusiasmo. Os meninos, que residiam no bairro de Botafogo, próximo ao Largo dos Leões, logo convenceram outros colegas de que não surgiria opção melhor para preencher o vazio daqueles dias de começo de século XX no Rio de Janeiro, em que eram raras as atrações para os adolescentes. Na tarde de sexta-feira, 12 de agosto de 1904, Flávio, Emmanuel e alguns amigos, todos com idades entre catorze e quinze anos, reuniram-se em um velho casarão localizado nas esquinas da rua Humaitá com o Largo dos Leões para oficializar a fundação do clube.
Time do Botafogo em 1906.

Electro Club foi o primeiro nome dado ao Botafogo, já que os meninos decidiram cobrar mensalidade e acharam um talão de um extinto grêmio de pedestrianismo com esse nome, que resolveram então adotar.

O uniforme de listras verticais em preto e o branco também foi aclamado por unanimidade. A sugestão partiu de Itamar Tavares. Ele estudara na Itália, onde torcia para a Juventus, criada em 1897 e que, hoje, é um dos clubes mais populares da Europa. A primeira diretoria do Electro, que não teve ata de fundação, era composta por Flávio da Silva Ramos (presidente), Octávio Werneck (vice-presidente), Jacques Raymundo Ferreira da Silva (secretário) e Álvaro Werneck (tesoureiro). Flávio e Emmanuel não gostariam de ver o clube tomar o destino de tantos outros, que desapareceram sem deixar vestígio. Logo, procuraram gente com mais idade e mais experiência para administrá-lo, como Alfredo Guedes de Mello e Alfredo Chaves.

O nome Electro Club permaneceu apenas até o dia 18 de setembro. Neste dia, foi realizada outra reunião na casa de Dona Chiquitota, avó do Flávio, que se assustou ao saber o nome do clube: "Afinal, qual é o nome deste clube?", perguntou. "Electro", respondeu Flávio, que então resolveu seguir o conselho de sua avó:

"Meu Deus. Que falta de imaginação! Ora, morando onde vocês moram, o clube só pode se chamar Botafogo."
—Francisca Teixeira de Oliveira, a Dona Chiquitota.

E assim foi feito, o Electro passou a se chamar Botafogo Football Club. Neste mesmo dia, tomou posse a nova diretoria, composta por Alfredo Guedes de Mello (presidente), Itamar Tavares (vice-presidente), Mário Figueiredo (secretário) e Alfredo Chaves (tesoureiro). Os primeiros treinos aconteceram no Largo dos Leões, e as palmeiras imperiais serviram de balizas. Assim, nascia o Botafogo Football Club. Seus fundadores: Álvaro Cordeiro da Rocha Werneck, Arthur César de Andrade, Augusto Paranhos Fontenelle, Basílio Vianna Junior, Carlos Bastos Neto, Emmanuel de Almeida Sodré, Eurico Parga Viveiros de Castro, Flávio da Silva Ramos, Jacques Raymundo Ferreira da Silva, Lourival Camargo da Costa, Octávio Cordeiro da Rocha Werneck e Vicente Licínio Cardoso.
O time que venceu o Campeonato Carioca de 1907.

O primeiro amistoso ocorreu no dia 2 de outubro de 1904, contra o Football and Athletic Club, na Tijuca: derrota por 3 a 0. O time que entrou em campo usava o esquema 2-3-5 e era composto por: Flávio Ramos; Victor Faria e João Leal; Basílio Vianna, Octávio Werneck e Adhemaro de Lamare; Normann Hime, Ithamar Tavares, Álvaro Soares, Ricardo Rego e Carlos Bittencourt. A primeira vitória viria no segundo jogo, em 21 de maio de 1905, sobre o Petropolitano, 1 a 0, gol de Flávio Ramos.

Ainda neste ano, foi criado o Carioca Futebol Clube no bairro de Botafogo. Este clube era destinado a ensinar às crianças as bases do futebol, sendo a primeira escolinha do esporte no Brasil. A escolinha foi desativada em 1908 e absorvida pelo Botafogo Football Club, que buscou nos jogadores do Carioca a intenção de fundar o seu próprio time infantil.[5]
[editar] O Glorioso
Botafogo campeão de 1910.
Time campeão em 1912.

Em 1906, o Botafogo venceu seu primeiro título, a Taça Caxambu, o primeiro torneio do futebol do Rio de Janeiro, disputado pelas equipes de segundo-quadro. O time participou ainda do primeiro Campeonato Carioca ficando em quarto lugar. A primeira vitória da equipe no campeonato, por 1 a 0, foi contra o Bangu em 27 de maio.

No ano seguinte, terminou empatado o Carioca em pontos com o Fluminense numa grande polêmica só resolvida nove décadas depois. O Botafogo teria de enfrentar o Internacional, lanterna da competição, na última rodada. Porém, o Internacional, que também não tinha enfrentado o Fluminense, não compareceu ao jogo. O Botafogo venceu o jogo por W.O., mas não teve gols acrescentados na tabela. Enquanto isso, o Fluminense venceu o Paissandu por 2 a 0 e empatou na classificação final do campeonato com o alvinegro. Como tinha saldo melhor, o Fluminense reivindicou o título. Prejudicado por não ter a oportunidade de marcar gols na última partida, o Botafogo pedia um jogo extra, maneira considerada pelos diretores alvinegros justa de decidir a disputa, o que não foi aceito. O regulamento da competição não especificava nenhum critério de desempate além do número de pontos. Os dois clubes não chegaram a um acordo sobre como decidir o campeonato.[6] A Liga não conseguiu encontrar uma solução e se dissolveu, ficando o campeonato sem um campeão até 1996, quando Eduardo Viana, presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, decidiu dividir o título de 1907 entre ambos os clubes.

Em 1910, o Botafogo consagrar-se-ia definitivamente. Ao vencer o Campeonato Carioca de 1910, o time realizou uma campanha marcada por sete goleadas aplicadas sobre os adversários na competição, fato este que lhe rendeu o apelido de O Glorioso. O alvinegro, que naquele campeonato marcara 66 gols, já demonstrava aptidão para marcar várias vezes anteriormente. No ano anterior, aplicou 24 a 0 sobre o Sport Club Mangueira (até hoje a maior goleada da história do futebol brasileiro em jogos oficiais). Nesta mesma época de transição de décadas, o Botafogo ainda fez 15 a 1 sobre o Riachuelo, 13 a 0 e 11 a 0 no Haddock Lobo, 9 a 0 contra o Internacional, entre outras goleadas mais.
Antigo Estádio da Rua Voluntários da Pátria.

Em 1911, o clube desligou-se da Liga Metropolitana de Sports Athleticos (LMSA) após uma confusão num jogo contra o América. O incidente foi iniciado quando o jogador do time rubro Gabriel de Carvalho fez falta violenta em Flávio Ramos, que revidou, originando uma briga generalizada. Insatisfeita com as punições que foram impostas aos jogadores alvinegros envolvidos na briga (Adhemaro e Abelardo de Lamare receberam seis e doze meses de suspensão respectivamente), a diretoria solicitou o desligamento do próprio clube da LMSA e, em seguida, passou uma longa fase realizando apenas amistosos contra equipes paulistas. No final do mesmo ano, o Botafogo perdeu a sua sede na rua Voluntários da Pátria, onde realizava seus jogos. Teve de disputar o campeonato de 1912, organizado pela Associação de Football do Rio de Janeiro, em um modesto campo na rua São Clemente. Nesta competição, o alvinegro sagrou-se campeão.

Em 1913, o Botafogo retornou à Liga Metropolitana de Sports Athleticos. E, em 1915, voltou à liga municipal renovado com a concessão do terreno da rua General Severiano pela prefeitura em 1912.
[editar] Entressafra alvinegra
Partida de inauguração do Estádio de General Severiano, em 1913.

A fase entre 1912 e 1930 pode ser considerada como o primeiro período de jejum de títulos do Botafogo. Todavia, foram conquistados dois Campeonatos Cariocas de Segundos Quadros, em 1915 e 1922. O clube ainda foi vice-campeão carioca por quatro vezes, 1913, 1914, 1916 e 1918, e fez vários artilheiros do torneio até 1920, entre eles Mimi Sodré, Aluízio Pinto, Luiz Menezes e Arlindo Pacheco.
Jogadores em 1913.

Nesta época, o Botafogo contribuiu para a criação de um termo bastante comum nos dias atuais do esporte brasileiro: cartola.[7] Em 1917, os dirigentes do Botafogo trajaram-se de fraque e cartola para receber o time uruguaio do Dublin FC no gramado. A intenção era imitar os políticos da República Velha, mas o resultado acabou sendo o nome, adotado pela imprensa, de cartola para os dirigentes esportivos.

Antes de ser formado o time do início da década de 1930, o Botafogo, nos anos 1920, obteve como melhor resultado um terceiro lugar no Campeonato Carioca de 1928. De resto, foram cinco quartas colocações e outras classificações inferiores. Em 1923, o time quase foi rebaixado, ficou em 8° lugar (último) no Carioca. Teve de disputar um partida eliminatória para não cair, contra o Vila Isabel, vencida por 3 a 1.

Este período também foi marcado por um série de problemas internos na cúpula do clube. Tanto que o atacante Nilo, que viria a ser um dos destaques do time de 30, foi para o Fluminense devido a problemas com a diretoria. Só retornou ao alvinegro em 1927, para ser o artilheiro do Carioca do mesmo ano.
[editar] Geração de 30: o Tetracampeonato
Time campeão estadual em 1930.
Carvalho Leite em campo.

Na década de 1930, liderado pelos atacantes Nilo e Carvalho Leite, entre outros craques, o Botafogo conquistou o Carioca de 1930 e o inédito tetracampeonato em 1932, 1933, 1934 e 1935. Nesta época, o campeonato do Rio de Janeiro era dividido em duas ligas, a profissional e a amadora, homologada pela CBD e pela FIFA e da qual o Botafogo participava. Em 1931, problemas internos envolvendo diretores e futebolistas atrapalharam o time durante a campanha. Nessa mesma era, nove jogadores do Botafogo foram convocados para a Copa do Mundo de 1934 na Itália: Carvalho Leite, Waldyr, Áttila, Canalli, Ariel, Martim Silveira, Octacílio e os goleiros Germano e Pedrosa. Durante a campanha dos cinco títulos o clube realizou 113 jogos, vencendo 75, empatando 22 e perdendo 16. Marcou 320 gols (sendo 79 marcados por Carvalho Leite) e sofreu 176. Leônidas da Silva, ídolo do Flamengo, atuou antes pelo alvinegro na conquista de 1935 e chegou a jogar pelo time em 1936, entretanto, logo foi negociado com o rival rubro-negro. No mesmo ano, o clube realizou sua primeira excursão ao exterior: foi jogar no México e nos Estados Unidos.[8] Em nove partidas, venceu seis.[9]

No ano de 1938, o Botafogo reinaugurou seu estádio em General Severiano com novas arquibancadas de cimento. No Campeonato Carioca e no Torneio Municipal, o clube ficou em terceiro lugar. Cedera, durante as competições, cinco jogadores para a disputa da Copa da França. No ano seguinte, surgiu no clube o craque Heleno de Freitas, que viria a substituir o ídolo Carvalho Leite. Durante os oito anos seguintes, Heleno foi o maior ídolo do clube e, por conseguinte, o primeiro craque do recém-criado Botafogo de Futebol e Regatas.
[editar] Botafogo de Futebol e Regatas
[editar] A fusão

O Botafogo de Futebol e Regatas nasceu oficialmente no dia 8 de dezembro de 1942 (mesmo dia de homenagem à santa padroeira do clube, Nossa Senhora da Conceição.[10]), resultado da fusão dos dois clubes de mesmo nome: o Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football Club. Os dois clubes tinham suas sedes no bairro de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. A fusão já era estudada desde 1931, mas durante muitos anos foi combatida porque gente ligada aos dois clubes, como o historiador Antônio Mendes de Oliveira Castro, do remo, e João Saldanha, do futebol, garantiam que o Regatas estava "infiltrado de torcedores do Fluminense", que, dos cinco grandes clubes da cidade, é um dos dois (junto com o América) que nunca tiveram um departamento ligado a esse esporte.

A união foi apressada por uma tragédia: no dia 11 de junho de 1942, os dois clubes, que também tinham atividades em outros esportes, disputavam uma partida de basquete pelo Campeonato Carioca, no Mourisco Mar, sede do Club de Regatas Botafogo. Nesse dia, o jogador Armando Albano, do Football Club, chegou atrasado ao jogo que já havia começado, entrando com o jogo em andamento. Durante o intervalo, Armando Albano abaixou-se para pegar uma bola e caiu desfalecido. Os médicos correram, fizeram todos os atendimentos possíveis, mas o jogador havia sido fulminado por um infarto.

Depois de confirmada a morte do jogador, a partida foi interrompida faltando dez minutos para o final, quando o placar marcava 21 pontos para Club de Regatas e 23 para Football Club. O corpo de Albano saiu da sede de General Severiano e, quando passava em frente ao Mourisco Mar, houve uma parada. Os presidentes dos clubes fizeram um pronunciamento:[11]

"E comunico nesta hora a Albano que a sua última partida resultou numa nítida vitória. O tempo que resta do jogo interrompido, os nossos jogadores não disputarão mais. Todos nós queremos que o jovem lutador desaparecido parta para a grande noite como um vitorioso. E é assim que o saudamos."
—Augusto Frederico Schmidt, presidente do Club de Regatas Botafogo.

"Nas disputas entre os nossos clubes só pode haver um vencedor: o Botafogo!"
—Eduardo Góes Trindade, presidente do Botafogo Football Club.

"O que mais é preciso para que os nossos dois clubes sejam um só?"
—Augusto Frederico Schmidt, selando a fusão.

A partir dessa data, começou o procedimento para a fusão dos clubes, nascendo o Botafogo de Futebol e Regatas. Com a fusão foram feitas algumas alterações: a bandeira perdeu o escudo com letras entrelaçadas do B.F.C., e ganhou um retângulo preto com a Estrela Solitária branca, do Club de Regatas, ao alto. O escudo incorpora ao distintivo a Estrela Solitária branca, num fundo preto com contorno branco, no lugar das letras entrelaçadas. Além disso, a equipe de futebol passou a usar calções pretos.
[editar] Retomada de títulos

Fundado o Botafogo atual em 1942, apesar dos craques que desfilaram com a sua camisa, como Gérson dos Santos, Zezé Procópio, Sarno, Tovar e Heleno de Freitas, o alvinegro só conseguiu reconquistar o título carioca em 1948. Curiosamente, no ano em que Heleno, o principal artilheiro do time então, havia sido vendido para o argentino Boca Juniors.

Após quatro vice-campeonatos seguidos nos anos de 1944 a 1947, em 1948, foi conquistado o primeiro título no futebol sob o novo nome. Aquele campeonato traria ainda uma novidade: era a primeira vez que o clube utilizaria numeração nas camisas de seus uniformes. O Botafogo estreou no campeonato perdendo por 4 a 0 para o São Cristóvão. Ao fim de jogo, o presidente Carlito Rocha garantiu que o time não perderia mais e que seria o campeão. O clube havia acabado de efetivar o ex-centro-médio Zezé Moreira como técnico para tentar acabar com a série de 12 anos sem o título. Mas, guiado pelos gols de Octávio de Moraes e de Sylvio Pirillo, pela fé e superstição de Carlito Rocha e por Biriba, um cãozinho preto e branco adotado como mascote, o time obteve 17 vitórias e dois empates nos outros 19 jogos. Resultado: ganhou o título, derrotando na final o apelidado Expresso da Vitória do Vasco. A decisão foi em General Severiano, no dia 12 de dezembro de 1948, e o Botafogo venceu por 3 a 1.[12] O Botafogo jogou com Osvaldo Baliza, Gérson dos Santos e Nílton Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio, Geninho, Pirillo, Octávio e Braguinha. Foi o primeiro título de Nílton Santos, que logo se transformaria em lenda do futebol brasileiro.

Em 1951, o time preto e branco triunfou pela primeira vez no Torneio Municipal, justamente na última edição da competição.
[editar] Época de ouro
Busto de Garrincha, estátua no Maracanã.
Estátua de Nílton Santos, localizada no Stadium Rio.

Nas décadas de 1950 e 1960,[13] o Botafogo viveu um dos seus períodos mais áureos, tendo contado com a participação de craques como Garrincha, Nilton Santos (melhores do século XX suas posições de acordo com a FIFA), Didi, Zagallo, Amarildo, Quarentinha, Manga, entre outros.[14] O time notabilivaza-se também pelas muitas excursões que fazia pelo exterior, disputando competições extra-oficiais e amistosos, grande parte na América e na Europa.

Em 1957, o alvinegro venceu o Campeonato Carioca ao derrotar na final o Fluminense por 6 a 2, tendo Paulinho Valentim marcado 5 gols na maior goleada da história das finais da competição.[15] No ano seguinte, o Botafogo cedeu para a Seleção Brasileira, que seria Campeã do Mundo pela primeira vez, seus principais jogadores: Garrincha, Nílton Santos e Didi.[16] Novas vitórias vieram no Carioca de 1961 e 1962 e no Torneio Rio-São Paulo também deste último ano. Ainda em 1962, na Copa do Mundo realizada no Chile, novamente, o time da Estrela Solitária ajudou fundamentalmente a Seleção Brasileira que conquistaria o bicampeonato com cinco titulares, Garrincha, Nilton Santos, Didi, que após a Copa foi negociado com o Real Madrid, Zagallo e Amarildo.[17]

Em 1963, decidiu com o Santos, maior rival a nível nacional da época,[18] a Taça Brasil de 1962 que se prolongou até aquele ano. Derrotado no primeiro jogo no Pacaembu por 4 a 3, venceu o segundo no Maracanã por 3 a 1. Um terceiro jogo teve de ser realizado para decidir o campeão. E, numa noite inspirada de Pelé, o time paulista aplicou 5 a 0, em pleno Maracanã, no Botafogo.[19] As duas equipes ainda disputaram a Taça Libertadores da América de 1963, o Santos por ter sido o campeão da edição anterior entraria apenas na semifinal. Justamente nessa fase, ocorreu o encontro com o Botafogo, que até então mantinha-se invicto (primeira vez em que uma equipe chegava a esta etapa do torneio sem derrotas). Entretanto, o alvinegro carioca acabou sendo eliminado. Porém, a oportunidade da revanche viria no Torneio Rio-São Paulo de 1964. Os dois times chegaram à decisão, e, no primeiro jogo, o Botafogo derrotou o rival por 3 a 2 no Maracanã. Todavia, não foi realizado o segundo jogo da final por falta de datas, uma vez que ambas as equipes foram excursionar. Como resultado, houve a divisão do título entre as duas equipes.[20]

O Botafogo venceu, pela terceira vez, o Rio-São Paulo em 1966,[21] porém outra vez com divisão de título. Devido aos treinamentos para a [Copa do Mundo FIFA de 1966|Copa do Mundo de 1966]], que envolveram mais de quarenta atletas, o clubes que deveriam disputar o quadrangular final, Botafogo, Santos, Vasco e Corinthians, foram declarados campeões, mesmo desejando utilizar alguns jogadores reservas.

Em 1967 e 1968, o alvinegro triunfou duplamente na Taça Guanabara, que era um torneio independente até então, e no Campeonato Carioca, além ter sido o primeiro clube carioca campeão nacional, com a conquista da Taça Brasil de 1968. Em seu plantel, atuavam craques como Jairzinho, Gérson, Paulo Cézar Caju, Rogério, Roberto Miranda, o zagueiro Leônidas e Carlos Roberto. No ano seguinte, o clube boicotou a Libertadores sob o pretexto de ser contra a violência aplicada pelos outros times. Não só o Botafogo, mas outras equipes brasileiras foram solidárias e não disputaram o torneio daquele ano.
[editar] 21 anos de drama

Entre 1968 e 1989, o Botafogo não conquistou nenhum título oficial. Desde a Taça Brasil de 1968 (cuja final realizou-se em 1969) o clube não soube aproveitar as oportunidades que teve. Neste período de tempo, o clube da Estrela Solitária pôde colecionar diversas quartas colocações no torneio estadual.

A final do Campeonato Carioca de 1971 foi marcante negativamente para o clube. O Botafogo, que jogava pelo empate, perdeu por 1 a 0 para o Fluminense, com um polêmico gol[22] sofrido aos 42 minutos do segundo tempo validado pelo árbitro José Marçal Filho. No mesmo ano, o Botafogo classificou-se para o triangular final do primeiro Campeonato Brasileiro de Futebol organizado pela CBF, ficando em 3° lugar. Naquela ocasião, o time perdeu para o São Paulo por 4 a 1 no Morumbi e, no último jogo, para o campeão Atlético Mineiro, no Maracanã, por 1 a 0, dois jogos marcados por diversas expulsões de botafoguenses.

No ano seguinte, mesmo fazendo mais pontos que o campeão, foi vice do Brasileiro, perdendo a final para o Palmeiras com um empate de 0 a 0. Neste Campeonato Brasileiro, o time aplicou 6 a 0 no rival Flamengo no dia de seu aniversário, 15 de novembro. Em 1973, na Copa Libertadores, liderou seu grupo, de uruguaios e brasileiros, na primeira fase, empatando no final com o Palmeiras. Venceu o jogo-extra por 2 a 1 contra a equipe paulista e, assim, classificou-se para um dos grupos da semifinal. Porém, não voltou a ter a mesma sorte, sendo desclassificado neste triangular pelo paraguaio Cerro Porteño e pelo chileno Colo Colo, que viria a ser o vice-campeão.

Anos mais tarde, foi vendo a qualidade de seu plantel ir se deteriorando ano a ano. O Botafogo não era mais o celeiro de tantos craques como antes, o número de talentos criados pelas divisões de base clube também foi diminuindo com o tempo. Entretanto, alguns jogadores ainda conseguiram se destacar com a camisa do time nesse período, como Marinho Chagas, Wendell, Dirceu, Mendonça, Nílson Dias, Fischer, Gil, Rodrigues Neto, Paulo Sérgio, Dé, Alemão, Josimar, entre outros. Alguns desses jogadores não atuaram juntos, mas foram alguns dos ídolos do Botafogo em uma de suas épocas mais amargas, onde as maiores conquistas foram o segundo turno do Estadual (a Taça Augusto Pereira da Mota em 1975 e a Taça José Vander Rodrigues Mendes em 1976).

Logo, o Botafogo viu-se envolvido numa grave crise financeira e, em 1977, teve de vender a sede de General Severiano para pagar dívidas. O clube ficou sem campo até para treinar. Só no dia 12 de agosto de 1977, quando o futebol botafoguense completou 73 anos de idade, conseguiu transferir suas atividades para o subúrbio da cidade, no bairro de Marechal Hermes, onde construiu um outro estádio, inaugurado no ano seguinte. Porém, nesta fase o Botafogo, que chegou a receber o apelido de o Time de Camburão devido à rebeldia extra-campo de alguns de seus jogadores, conseguiu estabelecer dois recordes dentro do futebol do país. É o detentor da maior sequência de invencibilidade da história do futebol brasileiro, 52 partidas, num período de 10 meses (entre 1977 e 1978).[23] Com esta sequência, o clube também conseguiu a maior série invicta do Campeonato Brasileiro, 42 jogos. Nestes dois anos, o alvinegro ficou, respectivamente, em 5° e 8° lugar no torneio nacional. No ano seguinte, no entanto, o Botafogo conseguiu sua pior colocação na história do Brasileirão: 53°. Isto se deve aos fatos de o campeonato ter sido disputado por 94 clubes e de sua fórmula prever a eliminação precoce de alguns times. Foram apenas 7 os jogos disputados pela equipe botafoguense.

Já em 1981, o clube voltou a fazer campanha de destaque. Ficou na 4ª colocação do Brasileiro, sendo eliminado numa semifinal com o São Paulo. No primeiro jogo, no Maracanã, o time carioca venceu por 1 a 0. No segundo duelo, no Morumbi, o Botafogo chegou a abrir 2 a 0 frente ao tricolor paulista. Mas, no segundo tempo, o São Paulo virou para 3 a 2, conquistando a vaga para a final. Esta partida foi marcada por algumas confusões, como a volta atrasada dos times ao campo após o intervalo, expulsão e infrações duvidosas interpretadas pelo árbitro Bráulio Zannoto, além de atraso na reposição de bolas por conta dos gandulas.

Até 1989, os melhores resultados obtidos pelo Botafogo foram quatro torneios de verão conquistados no exterior, como o de Palma de Mallorca, na Espanha em 1988. Já o Campeonato Carioca daquele ano foi determinante para a retomada de glórias do clube na década de 1990. Em 21 de junho de 1989, o Botafogo conseguiu vencer o título estadual, de forma invicta, sobre o Flamengo, que tinha Zico, Bebeto e Leonardo. O primeiro jogo da final encerrou-se empatado em 0 a 0. Já o segundo, e último, teve o placar final de 1 a 0 para o Botafogo, com gol de Maurício.

Este jogo foi marcado por diversas coincidências: o Botafogo não era campeão havia 21 anos. O jogo foi disputado no dia 21. O gol foi marcado aos 12 minutos do segundo tempo (21 ao contrário). O time também utilizou-se de 12 jogadores na partida. A bola do gol foi cruzada por Mazolinha, no vigésimo primeiro cruzamento dado à área pelo time, e chutada por Maurício. Os números das camisas deles eram, respectivamente, 14 e 7, que somados dão 21. A temperatura no estádio do Maracanã marcava 21 °C. Ou seja, tudo levava ao número 21,[24] e para os botafoguenses, bastante supersticiosos, isso foi um sinal de que aquele era o dia em que o time que começara desacreditado sairia campeão invicto.
[editar] Anos 1990 e a "Tuliomania"
Torcedores alvinegros em festa no Maracanã.

No ano seguinte a um dos títulos mais importantes de sua história, o alvinegro repetiu o triunfo no torneio estadual. Desta vez, numa polêmica final contra o Vasco, sagrando-se Bicampeão Carioca pela terceira vez seguida.

Passados vinte anos, o clube voltou, em 1992, a uma final de Campeonato Brasileiro. Disputou com o rival Flamengo o título nacional daquele ano em duas partidas no Estádio do Maracanã. O primeiro jogo foi marcado em suas vésperas por uma polêmica: o então craque o time Renato Gaúcho fez uma aposta com os jogadores do time adversário em que, caso perdesse, faria um churrasco com eles. O Botafogo foi derrotado no primeiro jogo por 3 a 0 e Renato cumpriu sua aposta. Este fato não foi bem visto pela diretoria alvinegra que afastou o jogador do elenco, e, desta forma, Renato não pôde participar da segunda partida da final. Nesta partida, o Botafogo saiu perdendo, mas bravamente conseguiu empatar em 2 a 2, placar final. O Botafogo sagrava-se vice-campeão e conseguia uma vaga na Copa Conmebol do ano seguinte. Porém, uma tragédia marcaria definitivamente aquela partida: a arquibancada do estádio cedeu e dezenas de pessoas caíram sobre o antigo setor da Geral, matando três torcedores do Flamengo. Por medidas de segurança, nunca mais o Maracanã receberia um público tão grande quanto aquele de 122 mil pagantes.[25]

Em 1993, treinado por Carlos Alberto Torres, o Botafogo conquistou seu primeiro título internacional oficial da história. Apesar do time fraco tecnicamente, que terminou o Brasileirão em 31° lugar, ganhou do uruguaio Peñarol a Copa Conmebol (precursora da atual Copa Sul-Americana) nos pênaltis. No ano seguinte, habilitado para a disputa da Recopa Sul-Americana contra o vencedor da Libertadores de 1993, o alvinegro perdeu para o São Paulo o título, numa partida no Japão, com placar de 3 a 1. Este ano de 1994 ficou marcado ainda pelo regresso do Botafogo à sua sede histórica de General Severiano na administração do presidente Carlos Augusto Montenegro.

Em 1995, o Botafogo conquistou o seu único Campeonato Brasileiro desde que a competição passou a ser organizada pela CBF em 1971. Com uma equipe onde alinhavam o ídolo Túlio Maravilha, Gonçalves, Donizete, Sérgio Manoel, Wilson Gottardo, Wágner, entre outros, treinada por Paulo Autuori, o time bateu o Santos em dois jogos finais bastante polêmicos referentes à arbitragem. Neste ano, graças ao carisma de Túlio, que foi artilheiro dos campeonatos nacionais e estaduais de 1994 e 1995, houve um elevado crescimento de torcedores do clube que não se via há muito tempo.

No ano seguinte, o clube conquistou a Taça Cidade Maravilhosa e, numa excursão internacional, o Botafogo venceu o Troféu Teresa Herrera, na Espanha, a Copa Nippon Ham, em Osaka, no Japão, e o Torneio Pres. da Rússia, vencendo clubes como Juventus, La Coruña, Valencia e Auxerre. Na Libertadores, foi eliminado nas oitavas-de-final pelo Grêmio.

Em 1997, o Botafogo ganhou mais um campeonato estadual do Rio de Janeiro, novamente contra o Vasco, com um gol de Dimba na final vencida por 1 a 0. E, no ano seguinte, conquistou o Torneio Rio-São Paulo pela quarta vez, recorde entre os clubes cariocas, batendo o São Paulo.

O vice-campeonato da Copa do Brasil contra o Juventude em 1999 ficou marcado pelos 101.581 pagantes[26] presentes a final, que foram contagiados pela campanha do time de Bebeto na competição. O segundo jogo da final foi a última vez que um dos grandes clubes cariocas colocou, em jogo contra equipes de fora da cidade, mais de 100.000 torcedores no Estádio do Maracanã.

Na virada do século, o clube foi incluído pela FIFA como um dos maiores clubes do século XX[27][28] (o terceiro do Brasil), atrás apenas de clubes como o Real Madrid, Manchester United, Bayern Munique, Barcelona, Santos, Flamengo etc.
[editar] A crise e a Segunda Divisão

Desde o início dos anos 2000, o Botafogo flertou com o rebaixamento no campeonato nacional. Campanhas pífias foram realizadas em 1999, quando o clube escapou graças a pontos conquistados no STJD devido ao "Caso Sandro Hiroshi", 2000, 2001 e na culminação do rebaixamento em 2002. Elencos frágeis, sálarios atrasados, má gestão administrativa, baixa atendência aos estádios e início de movimentos de repressão de torcidas organizadas foram marcas desse período dramático da história do alvinegro.

No Carioca, o clube ficou várias vezes fora das semifinais da Taça Guanabara e Taça Rio no início do década de 2000. A equipe era frequentemente eliminada na primeira fase da competição pelo Americano de Campos, o que criou por parte dos rivais a alcunha de "quinta força" do futebol do Rio de Janeiro.

Para o Campeonato Brasileiro de 2002, a equipe sofreu com saída de vários jogadores do plantel antes do início da competição. O time que nos outros anos era liderado por Rodrigo, Dodô, Alexandre, entre outros, tinha como destaques os zagueiros Sandro e Odvan, o goleiro Carlos Germano, o volante Galeano e os atacantes Ademílson e Lúcio. Treinado a maior parte do campeonato por Ivo Wortmann, a equipe não conseguiu se consolidar e, já sob o comando de Carlos Alberto Torres, que assumiu nos últimos jogos da competição, perdeu para o São Paulo por 1 a 0, com gol de Dill, no Caio Martins.

Ao final daquele ano, terminava a gestão presidencial de Mauro Ney Palmeiro. O substituto era Bebeto de Freitas, ex-atleta e treinador de vôlei, que efetivara Levir Culpi para ser o técnico do alvinegro. O clube estava repleto de dívidas, com jogadores de empresários nas divisões de base, sem um lugar para treinar, sem patrocínios, sem um estádio que suportasse toda a sua torcida e com jogadores pedindo para não atuar mais pelo clube devido aos salários atrasados. O Campeonato Carioca de 2003 foi usado como "laboratório", mas sem sucesso. O time não se classificou para as semifinais, nem da Taça Guanabara, nem da Taça Rio.

O Botafogo iniciou o Campeonato Brasileiro Série B perdendo para o Vila Nova, em Goiás, por 2 a 1. Após um empate em 1 a 1 com o Avaí, a primeira vitória só viria na terceira rodada, fora de casa, contra o CRB, 3 a 0. Com o decorrer da competição o clube chegou a liderar o campeonato por várias rodadas, o que gerou por parte de torcedores rivais a alcunha de "25° colocado", já que, na Série A, 24 equipes disputavam a competição.

Ao final da primeira fase, o time se classificou em segundo lugar para a disputa da segunda fase. Novamente, ficou em segundo lugar, atrás do Marília em seu grupo, classificando-se para o quadrangular final contra Palmeiras, Marília e Sport. Na terceira fase, o Glorioso conseguiu o acesso à Primeira Divisão com uma rodade de antecipação, ao derrotar por 3 a 1 o Marília no reformado Caio Martins. Ao final da competição, foi o segundo colocado na classificação, atrás do Palmeiras, outro clube que havia caído no ano anterior e retornou para a Séria A. O time base botafoguense durante a competição era: Max, Jorginho Paulista (ou Rodrigo Fernandes), Sandro, Edgar e Daniel; Fernando, Túlio, Valdo e Camacho; Dill (ou Almir) e Leandrão. Os artilheiros da equipe foram Almir, com 12 gols, e Leandrão, com 11. Dill, o mesmo que levou o clube a Segunda Divisão fazendo o gol pelo São Paulo em 2002, fez 8 gols.

O presidente Bebeto de Freitas, durante esse ano de 2003, reestruturou o clube, pagou parte das dívidas, manteve arduamente o salário em dia, assinou com dois patrocinadores: Finta, para confeccionar os uniformes, e a rede de lanchonetes Bob’s, para estampar suas marca nas mangas da camisa e ajudar a construir arquibancadas temporárias no Estádio Caio Martins, e dispensou todos os jogadores de empresários das divisões de base do clube. Também foi criado o Botafogo no Coração, projeto de sócio-torcedor para angariar mais fundos para o clube e identificar seus torcedores.
[editar] De volta à elite
Comemoração do título estadual de 2006, no Maracanã.

Na sua volta à elite em 2004, o ano do centenário do futebol do clube, a equipe voltou a fazer uma má campanha no Campeonato Brasileiro e só escapou de um novo rebaixamento na última rodada, ao empatar em 1 a 1 com o Atlético Paranaense, em Curitiba, e graças a uma combinação de resultados. Para celebrar o centenário, foram realizados uma série de eventos comemorativos e, também, um jogo festivo contra o Grêmio, por idealização da Kappa. As duas equipes utilizaram uniformes retrô, embora atuassem com times reservas por estarem disputando o Brasileirão. O jogo terminou com vitória por 4 a 1 do Botafogo, no Estádio Caio Martins.

A partir de 2005, o Botafogo, presidido por Bebeto de Freitas, iniciou um processo de estabilização administrativa que se refletia, paulatinamente, em campo. Em 2006, a equipe de futebol profissional encerrou um período de oito anos sem títulos, conquistando suas primeiras taças no século XXI. Venceu a Taça Guanabara e, posteriormente, o Campeonato Carioca, tendo como destaques do time, comandado pelo ex-jogador alvinegro Carlos Roberto, Dodô, artilheiro da competição com 9 gols, Lúcio Flávio, Zé Roberto e o capitão Scheidt.
Vista externa do Estádio Olímpico do Botafogo.

Ainda em 2006, Cuca assumiria o cargo de técnico. Seu trabalho daria bons frutos no ano seguinte, quando, jogando um futebol moderno que lhe rendeu o apelido de Carrossel Alvinegro, o Botafogo, guiado por Dodô, Zé Roberto, Lúcio Flávio, Jorge Henrique e Túlio, chamava a atenção. Em 2007 venceu a Taça Rio, porém, foi vice-campeão do Carioca nos pênaltis, após dois empates em 2 a 2, contra o Flamengo. Apontado como favorito em todas as competições que disputou, o Botafogo acabou não insurgindo em glórias.[29] Na Copa do Brasil, o time foi eliminado nas semifinais pelo Figueirense, em um polêmico jogo,[30] em que teve dois gols seus anulados pela auxilar Ana Paula Oliveira, que viria a ser afastada do esporte. No Brasileiro, a equipe iniciou a campanha bem e liderou o torneio por 11 rodadas, terminando o primeiro turno na segunda colocação, mas problemas internos geraram uma grande queda de rendimento que fez o alvinegro cair pela tabela, terminando na nona colocação, garantindo, pelo terceiro ano consecutivo, a vaga para a Copa Sul-americana. Pela edição desta copa, a equipe caiu nas oitavas-de-final, para o River Plate.[31]
Botafogo contra Santos em seu estádio, em outubro de 2008.

O grande marco de 2007 para o Botafogo, porém, foi a conquista do Estádio Olímpico João Havelange.[32] A concessionária Companhia Botafogo, do clube, arrendou a arena, construída para os Jogos Pan-americanos de 2007, até 2027.

Em 2008, o Botafogo foi campeão internacional da Copa Peregrino em meio à pré-temporada. No entanto, nos torneios oficiais, o alvinegro obteve resultados semelhantes aos do ano anterior. Venceu a Taça Rio frente ao Fluminense, porém, foi vice-campeão carioca novamente. Na Copa do Brasil, o Botafogo foi eliminado, pela segunda vez seguida, nas semifinais, desta vez sendo derrotado para o Corinthians, nos pênaltis. O Glorioso caiu para outro argentino na Copa Sul-americana, o Estudiantes de La Plata, agora, nas quartas-de-final. Já no Campeonato Brasileiro, após um mal momento inicial, com a contratação de Ney Franco[33] para o cargo de treinador, a equipe subiu de rendimento, chegando a flettar com as posições superiores. Todavia, o Botafogo terminou o ano na 7ª colocação do campeonato nacional.

Maurício Assumpção foi escolhido como presidente do clube em 2009 e, imediatamente, encontrou sérias restrições orçamentárias no decurso de reformulação de elenco. Mas, mesmo desacreditado, o time foi campeão da Taça Guanabara.[34] Na Taça Rio, classificou-se para a final, mas deixou escapar a chance de levantar o troféu do Carioca 2009 antecipadamente ao perder por 1 a 0 para o Flamengo devido a um gol contra de Emerson. Durante o primeiro jogo da finalíssima, sofreu um duro baque ao ver seus dois melhores jogadores, Maicosuel e Reinaldo, lesionarem-se em um mesmo lance e serem substituídos enquanto vencia a partida. O Botafogo acabou sucumbindo pela terceira vez seguida na final para o Flamengo, após dois empates em 2 a 2, de novo, nos pênaltis.

Na Copa do Brasil, o time sofreu uma eliminação precoce, já na 2ª fase da competição, perante ao Americano, nos pênaltis, após cada time vencer uma partida por 2 a 1.

No Brasileirão, o começo ruim e o fato de a equipe ter ficado durante todo o primeiro turno na zona de rebaixamento ou próximo a ela, acabou custando o emprego do técnico Ney Franco, que acabou substituído por Estevam Soares.[35] A campanha continuou irregular, mas o alvinegro garantiu-se na Série A de 2010, com uma vitória sobre o Palmeiras na última rodada.[36]

Para a temporada seguinte, o clube trouxe o uruguaio Loco Abreu, cuja contratação animou a torcida.[37] No Estadual, porém, a equipe sofreu, já na terceira rodada da Taça Guanabara, uma pesada goleada no clássico contra o Vasco, o que custou o emprego de Estevam Soares, sendo trocado por Joel Santana.[38] Joel já comandara o time em 1997 e 2000, sendo campeão estadual em sua primeira passagem. Ao chegar ao Botafogo, Joel trabalha a autoestima dos jogadores, e o time vai, aos poucos, subindo de produção. O gol do jovem Caio, contra o Flamengo, pôs o Botafogo na final da Taça Guanabara, que seria conquistada após vitória contra o Vasco, por 2 a 0.[39] Na Taça Rio, o Botafogo terminou em primeiro em seu grupo, e, por isso, enfrentou o Fluminense na semifinal. Bateu o tricolor por 3 a 2, e confrontou-se, na final, com o Flamengo. Contra o rubro negro, com gols de Herrera e Abreu e com Jefferson defendendo um pênalti cobrado por Adriano, o alvinegro venceu por 2 a 1 e garantiu-se campeão estadual, por antecipação, vencendo os dois turnos.[40]
[editar] Símbolos
[editar] Estrela Solitária
A Estrela Solitária.

A Estrela Solitária, presente no escudo, na bandeira e na flâmula do clube, era originalmente o símbolo máximo do Club de Regatas Botafogo. De cinco pontas, ela era originalmente em um formato diferente que se consagrou. Tinha em cada ponta uma tonalidade, dividindo-as em preto e branco, dando efeito de sombra. Contudo, foi substituída nos primeiros anos pelo famoso modelo da estrela de cinco pontas branca em um fundo preto.

A Estrela Solitária representava a estrela D'alva e foi adotada por ter sido a primeira estrela a aparecer no céu no dia da fundação do clube.[41] Na verdade, anos depois, após pesquisas, foi se descobrir que aquela estrela era o planeta Vênus.

Com a fusão dos dois clubes, a estrela apontada para o Zênite também foi adotada como símbolo do futebol. O Botafogo de Futebol e Regatas recebeu como um dos apelidos o de clube (ou time) da Estrela Solitária, pois ela passava a estar estampada no escudo das camisas, no peito dos jogadores.
[editar] Escudo
Escudo do Botafogo na sede do clube.



O Club de Regatas Botafogo não possuía um escudo oficial. Os estatutos especificavam apenas que a Estrela Solitária seria o símbolo maior. Havia, porém, um escudo não-oficial de uso popular. Ele trazia a Estrela Solitária, remos e o monograma do clube. No uniforme, o clube usava um monograma encimado pela Estrela. Em 1919, a Estrela cresceu e o monograma passou a estar dentro dela.[42]

O escudo do Botafogo Football Club foi desenhado a nanquim por um de seus fundadores, Basílio Viana Júnior. Era um escudo no estilo suíço, tendo o seu contorno em preto. Sobre um fundo branco, havia, ao centro, as iniciais do clube: B F C, entrelaçadas, em preto.

Em 1942, com a fusão dos dois clubes, manteve-se o formato do escudo do Botafogo Football Club, com a Estrela Solitária branca, do Club de Regatas, no lugar das letras, em um fundo preto. Além disso, o escudo recebeu dois contornos: de dentro para fora, o primeiro branco e o segundo preto.
As estrelas sob o escudo.

No ano de 2009, foi considerado como o escudo de time mais bonito do mundo. A tarefa de pesquisa e divulgação foi realizada pelo site esportefino.net e contou com a participação de jornalistas, designers e historiadores na eleição dos 50 mais belos do mundo.[43]
[editar] Estrelas

Em 1981, o Botafogo traria uma novidade em seu uniforme: quatro estrelas amarelas estavam acima do escudo do clube. Elas representavam o tetracampeonato carioca do clube nos anos de 1932, 1933, 1934 e 1935. No começo da década de 2000, mais uma estrela foi incluída acima das que já estavam. Dessa vez, a quinta estrela era na cor branca e lembrava o título brasileiro de 1995.

Em 2003, todas as cinco estrelas foram retiradas, deixando apenas a Estrela Solitária do escudo, pois o departamento de marketing do clube afirmava que essa é a única estrela que representa o Botafogo.
[editar] Bandeira
Bandeira do Botafogo de Futebol e Regatas no Maracanã.

A bandeira do Botafogo de Futebol e Regatas surgiu após a fusão do Botafogo Football Club com o Club de Regatas Botafogo.

O Football Club possuía uma bandeira com faixas horizontais pretas e brancas, com o escudo do clube ao centro. Foi bordada pela primeira vez pelas irmãs do ex-presidente Edwin Elkin Hime Júnior: Ruth, Hilda, May, Leah e Miriam.[44] Já a bandeira do Club de Regatas era branca, com um quadrilátero preto no canto superior esquerdo e a tradicional Estrela Solitária em branco.

Com a fusão, em 1942, permaneceram as faixas horizontais e o quadrilátero preto, com a Estrela Solitária branca no canto superior esquerdo.

O formato oficial da bandeira é de 1,28 metro de largura e 90 centímetros de altura. As listras horizontais têm 10 centímetros de largura cada. São cinco listras pretas e quatro brancas. O retângulo preto, que contém a Estrela Solitária (em branco), mede 56 x 40 cm.
[editar] Camisa 7
Camisa 7 alvinegra.

A camisa 7[45] é considerada a mais importante da história do Botafogo.[46] Vestindo a camisa 7 atuaram diversos jogadores que se destacaram tanto pelo alvinegro quanto pela Seleção Brasileira de Futebol. O primeiro jogador a utilizá-la foi o ponta Paraguaio em 1948, ano em que foi adotado a numeração das camisas do clube. No final da década seguinte, Garrincha foi o responsável por imortalizá-la definitivamente com seus dribles. Ao deixar o time, o substituto de Garrincha como ídolo com a camisa 7 foi Jairzinho. Anos depois, o Furacão da Copa passaria a usar a 10.

A camisa ainda vestiria inúmeros jogadores que atuavam como atacantes ou meia-de-ligação, como Helinho por exemplo, mas só voltaria a ter destaque decisivo em 1989. Após 21 anos sem vencer o Campeonato Carioca, Maurício, com a camisa 7, fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo que garantiu o título daquele ano para o Glorioso. Em 1995, foi a vez de Túlio Maravilha, que usava a camisa 9 até ser contratado como garoto-propaganda do refrigerante Seven Up (patrocinador do clube naquele ano), fazer sucesso com a camisa, levando o Botafogo à conquista do Brasileirão. Depois de ser usado por alguns jogadores com pouca relevância, Dodô, que anteriormente atuava no próprio Botafogo com a 10, passou a jogar com o mítico número em 2007, sendo artilheiro do Estadual daquele ano. Na temporada 2010 o dono da camisa é Maicosuel, candidato a ídolo que moveu um grupo de investimentos para a sua contratação.
[editar] Uniforme

Ver artigo principal: Evolução dos uniformes do Botafogo de Futebol e Regatas

Uniformes do CRB, BFC e BFR.

O Club de Regatas Botafogo dispunha, inicialmente, de dois uniformes diferentes. O primeiro, com camisetas e calções inteiramente negros, era utilizado para as competições em si. O segundo, com camisa alvinegra listrada na horizontal e calções negros, era utilizado somente nos treinamentos. Posteriormente, o clube passou a utilizar como segundo uniforme o traje inteiramente branco.

Nos primeiros anos, o Botafogo Football Club usava camisas e calções brancos, com meias pretas. O uniforme inteiro era feito na Inglaterra, então a capital mundial do futebol, até em figurinos de material esportivo. Em 1906, para estrear seu novo uniforme, também encomendado na Inglaterra, na fábrica Benetfink & Co., o clube fez um jogo festivo contra o Fluminense. Surgia, pela primeira vez diante dos olhos de seus torcedores, a camisa alvinegra em listras verticais. Só que com botões na frente feita de tecido. Completavam esse uniforme calções brancos e meias pretas. A camisa listrada é uma homenagem a Juventus de Turim, clube pelo qual torcia Itamar Tavares, um dos fundadores do clube. Em junho de 1909, o Botafogo passaria a utilizar-se de uniformes confeccionados em malha. Mas os escudos só estariam presentes a partir de 1913.[47] O Botafogo só adotou os calções pretos como titular pela primeira vez em 1935.
Camisas do Botafogo para a temporada 2007/08 na loja do clube.

Com a fusão entre os dois clubes, predominou, no remo, o Botafogo de Futebol e Regatas manteve o uniforme inteiramente negro, e, no futebol, a camisa alvinegra listrada, com golas e calções negros e meiões pretos. Porém, em 1948, o Botafogo voltou a utilizar-se de calções brancos e meiões de mesma cor, fato que durou até 1954.[48] Devido ao suicídio do presidente do Brasil Getúlio Vargas, o Botafogo usou novamente calção e meias negras. Em 1956, atuou rapidamente com os dois equipamentos inferiores em branco novamente. Mas, em 1957, passou a usar meiões na cor cinza, com calção preto. Ao final da década de 1970, o time passou a atuar com meiões brancos, tradição só quebrada em 1993, quando o meião cinza voltou a ser usado. Entre meados de 2003 a maio de 2009, a base de seu uniforme principal do futebol possuia meias pretas, quando o acessório voltou a ser cinza.

O número total de listras da camisa do Botafogo deve ser de sete a nove, conforme o estatuto do clube.[49] Normalmente, a listra central é da cor preta, porém, em algumas opurtunidades, foram utilizadas na cor branca. Detalhes nas mangas e na altura do ombro também são aceitos para facilitar a diversidade ano a ano.

De acordo com o estatuto do clube, o uniforme deve ser nas cores alvinegras. Portanto, suas camisas reservas são predominantemente brancas ou pretas, tal qual são as cores dos calções e das meias. O uniforme de goleiro não precisa seguir o regulamento do clube.
[editar] Temporada 2010-11

* 1º - Camisa com listras verticais em branco e preto, calção preto e meias cinzas;
* 2º - Camisa preta, calção e meias pretas;
* 3º - Camisa branca, calção e meias brancas.

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
1º Uniforme

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
2º Uniforme

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
3º Uniforme


Uniformes de goleiro

* Camisa bege, calção e meias beges;
* Camisa verde, calção e meias verdes;
* Camisa preta, calção e meias pretas.

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
'

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
'

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
'


Uniformes de treino

* Camisa amarela, calção e meias pretas;
* Camisa cinza, calção azul e meias brancas.

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Jogadores

Cores do Time Cores do Time Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Comissão Técnica

[editar] Sedes e estádios
[editar] General Severiano

Sede social

Entrada da sede General Severiano.
Ginásio Oscar Zelaya.
Piscinas da sede social.

General Severiano é o antigo palacete construído em um terreno cedido pela prefeitura, para ser a sede do Botafogo, em 23 de junho de 1912. Construída como um amplo casarão em estilo eclético pintado de cor salmão, a sede foi inaugurada com um baile de gala para a alta sociedade do Rio de Janeiro. Novas obras da sede social na avenida Venceslau Brás foram iniciadas em 1928. Ficando pronto o casarão definitivamente no ano seguinte, foi inaugurado com mais um baile de gala, em 15 de dezembro de 1928.

Em 1977, quando o clube era presidido por Charles Macedo Borer, a sede foi vendida para a Companhia Vale do Rio Doce. Com a venda da sede, o Botafogo mudou-se para o Mourisco Pasteur, onde ficou de 1977 até 1992, quando foi para o Mourisco Mar e o futebol, para Marechal Hermes. Nesses anos que esteve fora de General Severiano, o futebol e a torcida sentiu a saída da sede e lutou para retornar ao local. Foi no ano de 1992 que o Botafogo conseguiu recuperar a sede, pois ela foi tombada pelo patrimônio histórico, logo não interessava mais à Vale do Rio Doce. Então, o clube fez uma troca com a empresa, voltando para General Severiano e deixando a Vale do Rio Doce estabelecer-se no Mourisco Pasteur.

No período de 1992 a 1994, o Botafogo ficou instalado no Mourisco Mar, enquanto General Severiano passava por uma reforma para receber novamente o clube e seus funcionários. A volta definitiva para General Severiano aconteceu em maio de 1994, sob o comando do presidente Carlos Augusto Montenegro. Parte da área original perdeu-se devido à construção de um shopping center, atualmente chamado Rio Plaza, em parte do antigo terreno e no sub-solo do clube.

Hodiernamente, na sede social do clube, está concentrada a diretoria do Botafogo e toda a parte sua administrativa, além das dependências sociais como piscina, quadras de vôlei, basquete e futsal, onde existem escolinhas de iniciação ao esporte, e também uma loja oficial e o Ginásio Oscar Zelaya.
[editar] Estádio
O estádio em 1937.

Ver artigo principal: Estádio de General Severiano

Em General Severiano, existia o antigo estádio do clube, o Estádio de General Severiano, que tinha este nome por ter acesso pela rua homônima. O campo foi inaugurado na primeira partida do Carioca de 1913, num jogo contra o Flamengo vencido pelo Botafogo por 1 a 0 no dia 13 de maio daquele ano. Em 1937, iniciaram-se a implantação de arquibancadas de cimento no estádio, obra concluida em 1938 e inaugurada em 28 de agosto do mesmo ano. Na cerimônia realizada antes do primeiro jogo, um mapa do Brasil foi desenhado no centro do gramado com terra originada de cada estado do país. O jogo foi contra o Fluminense e Botafogo venceu por 3 a 2. Contudo, o estádio foi demolido quando o clube perdeu a posse do terreno na década de 1970 e nunca mais foi reconstruído.
[editar] CT João Saldanha
Campo do Centro de Treinamentos.

Apesar de o campo de futebol da sede de General Severiano não abrigar mais um estádio, em 2004, ano do centenário de seu futebol, foi inaugurado o centro de treinamentos da equipe profissional. No Centro de Treinamento João Saldanha, os atletas do clube dispõem de estrutura necessária para realizar os treinamentos, como sala e piscina para fisioterapia, sala de musculação, departamentos médico e fisiologia, suítes para os jogadores e comissão técnica concentrarem-se antes dos jogos e o novo campo, que passou a ser destinado para treinamentos apenas. O local conta com uma modesta arquibancada, que é capaz de suportar cerca de quinhentos espectadores. Apesar de contar com uma área relativamente pequena, o CT do Botafogo é um dos 10 melhores centros de treinamentos do Brasil e o melhor e mais bem estruturado entre os 4 grandes clubes do Rio de Janeiro, avaliado em um estudo da Universidade de São Carlos e apresentado pelo canal SporTV.

Endereço: avenida Venceslau Brás n° 72. Botafogo, Rio de Janeiro.
[editar] Mourisco Mar
Mourisco Mar.

Ver artigo principal: Mourisco Mar

A sede do Mourisco Mar fica situada na praia de Botafogo, onde o clube dispõe de uma piscina semiolímpica para treinamento, aulas e competições de pólo aquático e natação. O local também dispõe de um amplo espaço onde são promovidas festas e eventos, normalmente durante os finais de semana. No período de 1992 a 1994, a administração do clube ficou instalada no Mourisco Mar aguardando o término das obras em General Severiano.

Endereço: avenida Repórter Nestor Moreira, s/n°. Botafogo, Rio de Janeiro.
[editar] Marechal Hermes

Ver artigo principal: Estádio Mané Garrincha (Rio de Janeiro)

Em 1977, ao perder sua sede de General Severiano, o Botafogo transeferiu suas atividades futebolísticas para esta sede no bairro de Marechal Hermes, na zona norte do Rio de Janeiro. A mudança aconteceu no dia do aniversário de 73 anos de fundação do Botafogo Football Club, 12 de agosto. O estádio, chamado Mané Garrincha, só foi utilizado oficialmente pela primeira vez em 22 de outubro de 1978, com vitória de 2 a 1 sobre a Portuguesa da Ilha, pelo Campeonato Estadual.

Nos anos 1990, o Botafogo voltou a sua sede tradicional na zona sul da cidade. Atualmente, na sede de Marechal Hermes, localizam-se as divisões de base do futebol alvinegro. As categorias mirim, infantil, juvenil e junior, além de uma escolinha de futebol, ocupam o espaço. No final de cada ano, realiza-se uma grande "peneira" para descobrir novos jogadores para o clube. A estrutura da sede conta com dois campos de futebol, com medidas oficiais, e um alojamento, onde moram alguns jogadores.

A atual diretoria tem um projeto para modernização e ampliação das instalações do CT, que depende de negociações com o governo do Estado do Rio de Janeiro para a posse definitiva da área, que contará com mais dois campos oficiais de treinamentos a serem construídos em terreno anexo, pertencente ao Exército [50] Endereço: rua Xavier Curado, n° 1.705. Marechal Hermes, Rio de Janeiro.
[editar] Caio Martins

Ver artigo principal: Estádio Caio Martins

O Estádio Caio Martins, localizado na cidade de Niterói, no complexo esportivo de mesmo nome, é o local onde o Botafogo mandou muitos de seus jogos desde a década de 1980 até 2004. O estádio, que pertence ao governo do Estado do Rio de Janeiro, foi construído, originalmente, para ser utilizado pelo Canto do Rio, mas está arrendado pelo Botafogo até a década de 2020.

No início dos anos 2000, seu nome sofreu alteação pela Câmara de Vereadores da cidade, passando de Caio Martins para Mestre Ziza, em homenagem ao ex-jogador niteroiense Zizinho. Entretanto, alteração não foi de agrado da maioria do torcedores alvinegros, já que Zizinho fez sua carreira jogando pelo rival Flamengo. O nome original, que continua sendo o do complexo esportivo administrado pela SUDERJ, homenageia o escoteiro Caio Vianna Martins.

Em 2003, o estádio passou por uma reforma, com o uso de arquibancadas tubulares, que aumentou sua capacidade para 15 mil espectadores. Entretanto, em 2005, a obra foi desfeita pois a diretoria do clube acreditava que o clube estava diminuindo seu prestígio por mandar suas partidas em um estádio de pequeno porte. O local, hodiernamente, recebe escolinhas e alguns jogos das categorias de base do clube, além de ser um dos locais alternativos de treinamento da equipe profissional de futebol. [51]

Endereço: rua Presidente Backer, s/n°. Icaraí, Niterói-RJ.
[editar] Stadium Rio

Ver artigo principal: Estádio Olímpico João Havelange

Reinauguração do estádio em 2007.

Construído para os Jogos Pan-americanos de 2007, o oficialmente denominado Estádio Olímpico João Havelange, o popular Engenhão, foi arrendado no dia 3 de agosto de 2007 pelo Botafogo ao prazo de vinte anos. O estádio possui capacidade para mais de 45 mil espectadores e é, desde então, o local onde a equipe manda suas partidas. A arena conta ainda com uma pista atletismo dentro dos padrões internacionais e um campo de aquecimento no exterior do estádio, onde há a realização de treinamentos no local.

O Botafogo participou do jogo de abertura do estádio, contra o Fluminense, no dia 30 de junho de 2007, vencendo por 2 a 1. No dia 19 de setembro do mesmo ano, o clube fez seu primeiro jogo como gestor do local, contra o River Plate, em confronto válido pela Copa Sul-Americana 2007, ganhando a partida por 1 a 0. O primeiro título da equipe no estádio foi a Copa Peregrino, que recebeu a última partida internacional alvinegra pelo torneio ocorrido em 2008.

A partir de 2010, o local passa a se chamar Stadium Rio, virando assim alvo de uma série de atos de exploração comercial pelo clube e sua parceira, a Pepira Empreendimentos.

Endereço: rua José dos Reis, s/n°. Engenho de Dentro, Rio de Janeiro-RJ.
[editar] Sacopã
Sede náutica do Botafogo na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Situada na Lagoa Rodrigo de Freitas, a sede do Botafogo de remo, conhecida pelo nome de Sacopã concentra o departamento de regatas do clube. O local é destinado para os treinamentos dos atletas e para a escolinha de remo. O espaço conta com uma grande garagem para os barcos, tanque (piscina) em solo com capacidade para oito remadores - para treinamentos fora d'água - sala de musculação e alongamento, alojamentos e uma pequena oficina.

O clube utiliza como raia para os profissionais a principal da Lagoa Rodrigo de Freitas (a mesma usada pelos rivais). Para a escolinha, a raia é mensurada da sede até a curva da Av. Epitácio Pessoa, próximo a entrada da rua Fonte da Saudade. No mais, os atletas costumam dar voltas pela ciclovia da lagoa fazendo cooper, para desenvolver o potencial atlético.

Endereço: avenida Epitácio Pessoa, n° 1561. Lagoa, Rio de Janeiro-RJ.
[editar] Loja Oficial Botafogo
Antiga Fogão Shop do Rio de Janeiro, em 2007.

A rede de lojas oficiais do Botafogo foi instituída em 2004, na gestão do presidente Bebeto de Freitas. Denominada Fogão Shop, a rede teve três filiais, sendo a principal na sede do clube, no Rio de Janeiro, à entrada do palacete de General Severiano, e outras duas fora do estado, uma em Brasília e outra em Belém. Além disso, a Fogão Shop também fez-se presente em dias de jogos através de uma van móvel da loja nos estádios.

No entanto, em maio de 2009, o contrato com a empresa terceirizada que comercializava produtos licenciados do alvinegro acabou. Logo, a diretoria capitaneada por Maurício Assumpção firmou acordo com a rede H Sports, que explora a venda de utensílios da marca do clube através da nova Loja Oficial Botafogo. O primeiro estabelecimento foi inaugurado no Estádio Olímpico João Havelange,[52] à época da assinatura do contrato, uma vez que a loja da sede estava em reforma.[53]
[editar] Sedes antigas

Antiga sede do Club de Regatas Botafogo

Tratava-se de um casarão no sul da praia de Botafogo, encostado ao Morro do Pasmado, onde hoje termina a Avenida Pasteur, no bairro de Botafogo. O clube de remo lá ficou até 1907, quando a sede foi demolida para dar passagem ao túnel do pasmado.

Sede da Rua Voluntários da Pátria

Antigo local onde o Botafogo Football Club mandava seus jogos no fim dos anos 1900. Inaugurado em 31 de maio de 1908, numa partida vencida por 5 a 0 contra o Riachuelo, localizava-se na rua Voluntários da Pátria, no bairro de Botafogo. Após o desligamento do clube da Liga Metropolitana de Sports Athleticos, o proprietário do terreno decidiu vendê-lo para a prefeitura. Hoje, existe neste local um popular hortomercado chamado Cobal,[54] tombado em 2008 pela prefeitura da cidade.[55]

Campo da Rua São Clemente

Local onde o Botafogo Football Club passou a realizar seus jogos como mandante em 1912, após perder a sede da rua Voluntários da Pátria. Localizava-se na rua São Clemente, no bairro de Botafogo, perto da rua Assunção.

Arena Petrobras

Para o Campeonato Brasileiro de 2005, o Botafogo, em parceria com o Flamengo e a Petrobras, proporcinaram uma reforma temporária no Estádio Luso-Brasileiro, da Portuguesa da Ilha. O estádio, que passou a ter sua capacidade aumentada em seis vezes por meio de arquibancadas tubulares (30 mil espectadores), foi renomeado na ocasião para Arena Petrobras e foi o local onde os dois clubes realizaram seus jogos naquela competição.

Maracanã
Ver artigo principal: Maracanã

Maracanã.

Maior estádio do Brasil, o Maracanã foi o palco onde o time de futebol do Botafogo costumava mandar muitos de seus jogos no passado. É administrado, atualmente, pelo Governo do estado do Rio de Janeiro, através da SUDERJ, e foi construído em 1950 para a Copa do Mundo. Com a conquista do Engenhão, o alvinegro disputa nesse estádio apenas alguns clássicos e decisões. No Maracanã, o Botafogo fez muitos de seus jogos entre a década de 1950 e 70, além de partidas entre 2006 e 2007.

Endereço: rua Professor Eurico Rabelo, s/n°. Maracanã, Rio de Janeiro.
[editar] Hinos
É comum ouvir a torcida do Botafogo cantar o hino do clube durante as partidas.
Entrada da sede náutica do Botafogo, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Hino popular

O hino[56] mais difundindo na mídia e no conhecimento popular, apesar de não ser o oficial, tem a composição de sua letra e música de autoria de Lamartine Babo, datada de 1942. Os versos iniciais "Botafogo, Botafogo campeão desde 1910" estão na cabeça dos torcedores, sendo o hino frequentemente cantando nos jogos do time.

Há também uma polêmica na letra. Como foi composta na década de 1940, seu registro traz "Campeão desde 1910". Contudo, o primeiro título oficial do Botafogo foi o Campeonato Carioca de Futebol de 1907, que, devido a divergências entre Botafogo e Fluminense, só foi oficializado em 1996, sendo o troféu dividido pelos dois clubes. Por esta razão, é comum ouvir torcedores cantando uma versão modificada: "Botafogo, Botafogo campeão desde 1907".

Neste hino, encontra-se também dois dos principais lemas do clube. São eles: "Foste herói em cada jogo" e "Não podes perder, perder pra ninguém".

Hino oficial do futebol

O hino oficial[57] do Botafogo Football Club, que tem letra de Octacílio Gomes e música de Eduardo Souto, não é muito difundido entre a mídia e os torcedores. Isto se deve ao fato de a canção de Lamartine Babo ter sido criada no ano da fusão dos dois clube e ter, também, um vocabulário menos complexo do que o oficial. Além disso, os hinos oficiais dos outros clubes cariocas também são ofuscados pelas canções de Lamartine, que compôs músicas para, além do Botafogo, América, Flamengo, Fluminense e Vasco.

Hino oficial do remo

O hino do antigo Club de Regatas Botafogo[58] foi escrito por Alberto Ruiz, que foi presidente deste clube em 1930. Este hino também é de pouco conhecimento dos torcedores, já que o remo, na consideração dos torcedores, é esporte de segundo plano do clube, tanto que o site oficial do Botafogo não disponibiliza a letra desta canção.
[editar] Mascotes
Estátua do manequinho.

Manequinho
Ver artigo principal: Manequinho

Em frente a sede de General Severiano, encontra-se uma estátua apelidada de "Manequinho". Tombada em 2002 como patrimônio cultural, ela representa um menino urinando e é uma versão da estátua Manneken Pis, que enfeita uma praça de Bruxelas, na Bélgica. A estátua carioca é uma fonte, sendo possível a hidratação pela água do Manequinho.

Com 1 metro de altura, a estátua foi esculpida, originalmente, em 1908, por Belmiro de Almeida, e esteve instalada na praça Marechal Floriano, no Rio de Janeiro até 1927, quando foi transferida, por ser considerada uma afronta aos bons costumes,[59] para a praia de Botafogo, próximo a sede do Mourisco.

A imagem passou a ser relacionado ao alvinegro no Campeonato Carioca de 1957, quando um torcedor vestiu a estátua com a camisa do Botafogo. A partir daí, torcedores consideram-na como mascote e toda vez que o Botafogo é campeão a estátua é vestida novamente. Contudo, em 1990, a estátua foi roubada e destruída. Uma nova réplica, de autoria de Amadeu Zani, foi instalada e, em 1994, transferida para a praça em frente ao palacete de General Severiano.

Em 2008, após um ato de vandalismo de retirou a peça de seu órgão sexual, a estátua foi levada para restauração. Na data de sua recoloção, no início de novembro deste ano, o Botafogo assumiu a posse do monumento.[59]

Pato Donald

Lorenzo Mollas, chargista argentino que trabalhou no Rio de Janeiro nas décadas de 1940 e 50, vestiu o Pato Donald com a camisa do Botafogo nos anos 1940. Logo, a personagem de desenhos da Walt Disney foi adotada como mascote pela torcida. Mollas escolheu o Pato Donald porque ele reclama seus direitos, luta, briga e defende-se, como eram os dirigentes alvinegros da época, e, ainda, sem perder a sua elegância ao deslizar pelas águas, aludindo à prática do remo.

Cachorro "Biriba"

Biriba, novo mascote, que foi lançado em 2008 num par com Biruta.

O presidente do Botafogo Carlito Rocha era um dos mais fanáticos torcedores do clube. Supersticioso e determinado, Carlito levou o vira-latas Biriba, que pertencia ao zagueiro Macaé,[60] a todas as partidas do Botafogo no Campeonato Carioca de 1948. Ele achava que o cachorro dava sorte e não aceitava o animal fosse barrado. A diretoria do Vasco tentou impedir a entrada de Biriba em São Januário. Porém, Carlito Rocha colocou o cachorro de baixo do braço e desafiou: "Ninguém impede o presidente do Botafogo de entrar onde quer que seja e quem estiver com ele entra, com certeza!" garantia Carlito. Com a presença de Biriba, em 19 jogos, o Botafogo venceu 17 partidas e empatou as outras 2 no Carioca de 1948 e sagrou-se campeão, após um jejum de 13 anos.

É a partir de Biriba que o cachorro foi adotado como mascote. Anos depois, o cachorro passou a ser um símbolo bastante admirado pelos torcedores alvinegros. A torcida Fúria Jovem, inclusive, divide seus grupos por "canis". As torcidas adversárias apelidaram, também, a torcida do clube de a "cachorrada".

Em 2008, a tradição foi revivida quando um cão, chamado Perivaldo - em homenagem ao ex-jogador do clube nos anos 1970 - entrou junto com time em uma partida da Copa do Brasil de 2008 levado por seu dono, um carioca e fanático torcedor botafoguense residente na Paraíba. Em suas costas negras, o beagle Perivaldo trazia uma marca de nascença em formato de estrela na cor branca, remetendo ao símbolo máximo do clube, a estrela solitária.[61] Neste mesmo ano, o clube lançou dois mascotes oficiais, chamados Biriba e Biruta, para se identificarem com crianças.[62]
[editar] Torcida
Torcida do Botafogo na final do Carioca de 2006.
Torcida lotando o Estádio Olímpico do clube em jogo da Copa do Brasil de 2008.

De acordo com as últimas pesquisas realizadas em todo o território brasileiro, segundo Ibope em 2004,[63] a torcida do Botafogo é estimada em cerca de 2,7 milhões de torcedores no Brasil, e, de acordo com pesquisa publicada pelo Datafolha em 2008,[64] o clube tem 2% da preferência da população brasileira (o que totalizaria 3,8 milhões aproximadamente). Seus torcedores integram em grande parte a classe média da sociedade, apesar de contar com expressivo contingente de torcedores nas populações de alta e baixa rendas também. Segundo todas as recentes pesquisas, é a terceira maior do Estado do Rio de Janeiro e a décima-primeira (pelo Ibope) ou uma das nonas (de acordo com o Datafolha) do país. Todavia, o departamento de marketing do Botafogo estima trabalhar com um número de base de 9 milhões de torcedores-consumidores do clube no Brasil.[65] Outro dado que analisa as torcidas é o total de apostas na Timemania, na qual o Botafogo é o 10º colocado entre os clubes brasileiros desde o lançamento da loteria, com o porcentual de 2,86 das apostas.[66]

Historicamente, a torcida do time era formada, em sua gênese, por moradores dos bairros próximos ao clube, como Botafogo, Copacabana e Urca.[67] A popularização botafoguense iniciou-se apenas na década de 1940, especialmente com a presença do craque Heleno de Freitas. A geração seguinte, nas décadas de 1950 e 60, é inspirada pela chamada "época de ouro" do clube, liderada por Garrincha, fato que traduz, hodiernamente, a existência de um grande número de adeptos entre os mais velhos.[68]

O torcedor do Botafogo é frequentemente caracterizado como um indivíduo supersticioso. Isto se deve às místicas que foram criadas ao longo da história do clube, como o mascote Biriba, as lendas sobre a camisa 7 e as coincidências que já aconteceram com o clube. A torcida é relacionada também ao sofrimento, como era comumente descrita pelo cronista Nelson Rodrigues e pelas frases de conhecimento popular como: "tem coisas que só acontecem com o Botafogo" e "o Botafogo tem vocação ao erro". O jejum do clube de 21 anos sem títulos levou o torcedor botafoguense a, mesmo se mantendo fiel ao clube, virar motivo de piadas dos torcedores rivais entre os anos 1970 e 1980.

Neste mesmo período, no qual a população brasileira e o poder de penetração da imprensa cresciam rapidamente em torno do futebol, o Botafogo encontrou sérias dificuldades de formar novos torcedores, em virtude da boa fase que atravessavam seus rivais, principalmente o Flamengo, dono da maior torcida do país. Em números gerais, o torcida botafoguense só voltou a ter forte crescimento na década de 1990, com a presença do irreverente ídolo Túlio Maravilha. Houve uma regressão no posicionamento da sua torcida frente às demais do país, oscilando nas pesquisas, iniciadas em 1983, entre a sétima e décima-segunda posição na preferência nacional.[69]

Em 2003, foi criado o projeto de sócio-torcedor Botafogo no Coração, no qual o torcedor ajuda financeiramente o clube, e, desde 2007, os participantes cariocas têm direito a entrada para os jogos em que o time possui mando de campo. O clube chegou a ter cerca de 18.000 sócios-torcedores em todo o país, número que decresce devido ao anúncio do encerramento do mesmo ao final de 2008.
[editar] Movimentos de torcedores organizados
Fúria Jovem, ao lado da Botachopp, recebendo o time no estádio.

Ver página anexa: Anexo:Torcidas organizadas do Botafogo de Futebol e Regatas para acompanhar o histórico das torcidas

São muitos os movimentos de torcedores ligados ao Botafogo. A primeira a ser formada, década de 1960, foi a Torcida Organizada do Botafogo, ou apenas TOB, que já não existe mais. No final dos mesmos anos 1960, surgiu a Torcida Jovem do Botafogo, também conhecida como TJB. Esta é a mais antiga e tradicional torcida organizada do Botafogo. Porém, ela teve sua atuação diminuída em 2001, após a criação da Fúria Jovem do Botafogo. Torcedores dissidentes da TJB foram responsáveis pela sua criação. A Fúria Jovem é, hoje, a maior torcida organizada favor do clube. Outras torcidas tradicionais famosas, porém já extintas, são a Raça Alvi-Negra, a Folgada do Russão e a Mancha Alvinegra.

Contudo, atualmente, há outros grupos que também participam ativamente das partidas do clube, como a Torcida Botachopp, e, em menor expressão, a Torcida Estrela Solitária e a Torcida Vanguarda. Além desses, surgiu, em 2006, o movimento Loucos pelo Botafogo, que não se considera uma torcida organizada, mas sim uma barra brava pacífica, por não possuir uniforme e seus cantos serem direcionados exclusivamente ao Botafogo. Há também grupos de torcedores localizados em outros estados, como a Fogo Horizonte, da capital de Minas Gerais, além da torcida feminina Guerreiras Alvinegras, a primeira torcida feminina do Botafogo, criada em 2007.

No âmbito político, há o MITOB (Movimento Independente Torcedores do Botafogo) o Movimento Carlito Rocha, fundado em 1992. Ambos também atuam social e culturamente, procurando manter-se atentos às decisões tomadas pelos diretores do clube.

A COMFOGO (Comunidade Botafoguense), de caráter apolítico e criada em 2003, é um fórum de discussão sobre o Botafogo. Através da COMFOGO, já foram promovidas homenagens a ídolos alvinegros, assim como uma distribuição de cestas básicas aos funcionários do clube, quando estes acumulavam meses de salários atrasados.
[editar] Companhia Botafogo
Loucos pelo Botafogo no Engenhão, em 2008.

A Companhia Botafogo S/A é a empresa criada em 2003, na administração de Bebeto de Freitas, para gerir o futebol do Botafogo de Futebol e Regatas.[70][71] Devido à precariadade financeira do clube, esta medida foi tomada e aprovada pelo Conselho Deliberativo do alvinegro,[70] tornando-o um dos primeiros clube-empresa do Brasil. Desta forma, as receitas são remetidas diretamente para a administração, ficando livre de parte das penhoras e dívidas, possibilitando maiores condições de gerir as atividades esportivas economicamente. A Cia. Botafogo é a intermediária para as contratações do time, exercício e exploração financeira e comercial do desporto e da marca Botafogo, assinatura de contratos de patrocínio, como os atuais da Kappa e Liquigás, e, também, responsável pelo arrendamento do Estádio Olímpico João Havelange.[72] Registrada como holding de instituições financeiras,[73] pode atuar com sócia, acionista, quotista ou consorciada em sociedades civis ou comerciais. Para o futuro, prevê-se a venda de ações da Companhia Botafogo na bolsa de valores.

Os cargos diretivos da Cia. Botafogo não são remunerados e a função sócio majoritário é ocupada pelo presidente em vigor do clube. Originalmente, integravam a empresa, que tem sede à rua Santa Luzia, 651, 27° andar, Centro do Rio de Janeiro, os diretores Jefferson de Almeida Pereira, Luiz Cláudio Rangel Xavier, Bebeto de Freitas e Vantuil Gonçalves Júnior. Em 2006, a diretoria foi alterada, ficando apenas Bebeto e Jefferson Melo, diretor de marketing do clube.
[editar]

Seguidores