George Washington Carver

George Washington Carver

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Miguel Reale

No Universo da Cultura o centro está em toda a parte

sábado, 10 de julho de 2010

HISTORIA DO JUDÔ

O Judô (柔道) é uma arte marcial, um desporto e uma filosofia com origem no Japão. O judô evoluiu a partir do Jujutsu (柔術) e foi fundado por Jigoro Kano em 1882. Apesar de ser uma arte marcial completa, o judo também é praticado como esporte, tendo entrado para o programa dos Jogos Olímpicos em 1964 na competição masculina e em 1992 na feminina. No ocidente, o aspecto esportivo do judo é provavelmente o mais difundido.

Homens e mulheres combatem separadamente (apesar de muitas vezes treinarem juntos), e os atletas são divididos por classes de idade e categoria de peso, incluindo uma classe livre em que todos os pesos podem participar.

O Judô é praticado sobre esteiras especiais chamadas tatames que podem ser de palha de arroz cobertas por lona de algodão ou podem ser sintéticas fabricadas a partir de polímeros de borracha. Os praticantes (judocas) usam uma vestimenta de algodão branco ou azul (kimono ou judogi), composto por casaco, calça e uma faixa. A côr da faixa indica a graduação do judoca.

[Yasuyuki Muneta projeta com a técnica Sassae-Tsuri-Komi-Ashi]

Numa competição de Judô, dois judocas enfrentam-se sobre o tatame, enquanto três árbitros (um central e dois laterais) avaliam o combate, sendo os pontos e as penalidades dos atletas registradas em um placar. O ippon é o golpe perfeito, o nocaute do Judô. Um golpe bom, mas menos perfeito, chama-se wazari e vale meio ponto. Dois desses garantem uma vitória. A luta pode ser decidida pela acumulação de pontos menores, como o yuko ou o koka. Qualquer falta (shido) cometida por um dos judocas durante um combate (shiai) acrescenta pontos progressivamente no placar do seu adversário. Se a falta for grave, como o hansoku-make, dá a vitória imediata ao oponente.

“Não imagine ataque e defesa como duas coisas distintas.
Um ataque deve ser uma defesa e uma defesa deve ser um ataque.”
Kazuzo Kudo, 9°. dan


Princípios Filosóficos do Judô

[Shiran Jigoro Kano, o fundador do Judô]
O Judô tem como alicerce os três princípios filosóficos definidos por Jigoro kano que, que evidenciam a principal diferença entre o Judô Kodokan (講道館) e o antigo Jujutsu : ” o Judô pode ser resumido como a elevação de uma simples técnica a um principio de viver” (Jutsu = técnica; Do = princípio). Esses princípios, mesmo não sendo conscientemente esclarecidos e compreendidos, estão presentes em todos os atos e atividades do praticante de judô. Por outro lado, quando o praticante tiver fixado e tomar consciência dos princípios que norteiam o judô, pode-se verificar que não são restritos ao Dojô, mas são igualmente válidos em qualquer atividade da vida diária, quando se pretende atingir um determinado objetivo.

Os três princípios do judô são :

JU = suavidade, flexibilidade
SEIRYOKU-ZENYO = máxima eficiência com mínimo esforço
JITA-KYOEI = bem estar e benefícios mútuos

[Seiryoku Zenyo] [Jita Kyoei]

O princípio da máxima eficiência é aplicado à elevação ou à perfeição do espírito e do corpo na ciência do ataque e da defesa, exige primeiramente ordem e harmonia de todos os membros de uma coletividade e isto pode ser atingido com o auxílio e as concessões entre si para atingir a prosperidade e os benefícios mútuos.

O espírito final do judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios mútuos e da suavidade, para poder atingir, individualmente e coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos na arte de ataque e defesa.

O professor Kano afirma o seguinte: “Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos podem ser vistos como sua finalidade última e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim. Essas doutrinas são aplicáveis a todas as condutas do ser humano”.

“Tender a perfeição é o princípio do treinamento de judô. Para aproximar-se da perfeição é preciso treinar com dedicação.”
Jigoro Kano

O Judô e a Criança - Benefícios desta relação

É sabido que a criança apropria-se do conhecimento específico que cada esporte oferece, e deste faz uso em situações ao longo de sua vida. A partir deste texto, buscaremos mostrar em que o Judô poderá contribuir na formação de um adulto saudável no âmbito social, físico e mental.
O Judô foi criado e sistematizado por Jigoro Kano a partir de conhecimentos prévios do Ju-Jutsu (defesa pessoal dos samurais), no ano de 1882, no Japão. Dentro desse contexto sócio-histórico, o primeiro e principal objetivo do Prof. Jigoro Kano, foi de, através do referido esporte, revolucionar as modalidades de lutas, esquecidas pela sociedade japonesa, dando-as, assim, uma nova “roupagem”, diferenciando-as das antigas, devido ao seu cunho mais humano e pedagógico (educacional). O Judô, cuja tradução significa “Caminho Suave” (Ju – suave / do – caminho), se baseia em três princípios filosóficos que subsidiam sua prática, são eles: PROSPERIDADE E BENEFÍCIOS MÚTUOS (ajuda ao próximo), MÁXIMA EFICIENCIA COM UM MENOR GASTO DE ENERGIA (direcionamento da energia para fazer só o que é útil à sociedade), e, por fim, CEDER PARA VENCER (princípio da não-resistência e flexibilidade em seus atos). Devido a todo esse contexto histórico-filosófico, esse esporte de combate facilmente difundiu-se pelo mundo, passando então a ser praticado em mais países, claro, que adaptando-se a cultura e realidade de cada um deles.
Quando trabalhado de forma lúdico-educativa, e adaptado corretamente à idade e individualidade histórica e biológica de cada criança, o Judô, através de sua base filosófica, é capaz de favorecê-la bastante no desenvolvimento e aprendizagem de vários conteúdos, de forma que estará fortalecendo, por exemplo, a assimilação de normas e regras de convivência (interação, cooperação e disciplina); conceitos de respeito ao próximo e de organização; valores estes, que serão muito úteis, inclusive para a formação da personalidade da criança. Na prática desse esporte, serão desenvolvidas também as habilidades motoras básicas e específicas da criança, que lhe auxiliarão na formação de um amplo repertório motor, de grande utilidade no decorrer de sua vida.
Frente a todos esses benefícios, podemos afirmar que o Judô é de suma importância no processo de formação educacional da criança. Vale ainda ressaltar, que o mesmo tem sido declarado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), como um dos esportes mais aconselhados na fase que compreende desde a infância até os quatorze anos de idade, pois, segundo a mesma, ele permite mediante o jogo e a diversão, conjugar fatores essenciais para o desenvolvimento do indivíduo, como por exemplo, a coordenação de movimentos, a psicomotricidade, o equilíbrio, a expressão corporal e a situação espacial (percepção sinestésica). Além disso, devido a sua capacidade didático-pedagógica, o Judô, que é um esporte olímpico dos mais difundidos através de projetos sociais, favorece também à sua prática por deficientes visuais, autistas e portadores de Síndrome de Down.
Na infância, as crianças deverão vivenciar uma grande diversidade de esportes, para que assim, no futuro, tenham condições de escolher as modalidades com que mais se identificam, passando assim a treiná-las de forma mais técnica e competitiva (rendimento).
Por fim, conclui-se que o Judô, assim como outras práticas esportivas, contribui para um pleno desenvolvimento motor, sócio-afetivo e cognitivo da criança, de forma que a mesma ao absorver esses benefícios, possa interagir junto à sociedade de maneira moralmente correta e autônoma.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

NGESTÃO DE GORDURAS EM ATLETAS: SAIBA COMO O ÓLEO DE COCO VIRGEM PODE AJUDAR

Um estudo recente, desenvolvido no Japão, reforça a tese de que os Ácidos Graxos de Cadeia Média (TCM) são combustíveis interessantes para o desempenho de atletas não profissionais. Atletas profissionais também podem se beneficiar desse interessante combustível. A pesquisa foi publicada no Journal of Nutritional Science and Vitaminology , revista científica editada pela THE VITAMIN SOCIETY OF JAPAN e JAPANESE SOCIETY OF NUTRITION AND FOOD SCIENCE.
A performance atlética é determinada em parte pelo custo energético da prova esportiva e pela capacidade do sistema metabólico em fornecer essa energia na quantidade e ritmo necessários. Os principais combustíveis utilizados durante atividade física de média e alta intensidade são os carboidratos e gorduras. Carboidratos são armazenados principalmente nos músculos e fígado na forma de glicogênio. Gorduras são armazenadas na forma de triglicerídeos. Até recentemente a ênfase era dada para o consumo de carboidratos, já que dietas com teor elevado de carboidratos (60 – 70%) e reduzido de groduras (10-15%) melhoravam a performance em provas de resistência, enquanto que dietas com percentual elevado de gordura (60%) tinham efeito contrário. O que foi esquecido nesses estudos é que o teor elevado de gordura implica em um consumo muito baixo de carboidratos, prejudicando assim o rendimento atlético. Estudos mais recentes verificaram que atletas que adotam dietas com teor elevado de carboidratos muitas vezes não consomem as quantidades recomendadas de zinco e ferro. Esses estudos também demonstraram que dietas com cerca de 32 – 52% de gordura podem aumentar a capacidade de resistência comparadas com dietas com 15% apenas de gordura. Programas alimentares com com quantidades mais generosas de gorduras disponibilizam mais gorduras intramusculares para oxidação durante a performance sem comprometer as reservas de glicose. Durante uma prova aeróbica, a oxidação de gorduras no músculo gera boa parte da energia utilizada. Atletas apresentam uma capacidade de utilização de gorduras aumentada, o que proporciona maior resistência à fadiga.
No presente estudo, indivíduos praticantes de atividade física regularmente, receberam a inclusão de apenas 6 gramas de TCM em suas dietas durante 14 dias. O tempo para atingir a exaustão foi maior (mais prolongado) em participantes que ingeriram TCM quando comparados ao uso de Ácidos Graxos de Cadeia Longa. Esse estudo reforça achados anteriores de pesquisas realizadas com animais, onde o uso crônico de TCM prolongava o tempo para atingir a exaustão. Vários estudos que não observavam esse efeito empregaram quantidades mais elevadas de TCM em DOSE ÚNICA no momento da atividade. Para obter o efeito benéfico é necessário o USO CONTÍNUO DURANTE ALGUMAS SEMANAS, a fim de adaptar as vias metabólicas a esse “novo combustível”.
O Óleo de Coco Virgem é uma excelente fonte de TCM, possuindo 65% dessa gordura saudável, além de ser rico em antioxidantes. Antioxidantes também são necessários para o bem estar de atletas. Um verdadeiro “dois em um”, que une a riqueza desse combustível com os tão preciosos anti-oxidantes. Um Óleo de Coco Virgem e Orgânico também não contém conservantes / agrotóxicos em sua produção, é saboroso (ao contrário dos preparados comerciais com TCM) e ainda serve para o uso tópico na pele do atleta de resistência, que muitas vezes está exposto a ação do sol, cloro,etc. em suas provas. O Óleo de Coco deixa a pele mais hidratada e bonita. A absorção cutânea é excelente, não deixando na pele aquele rastro desagradável de gordura.
Muitos estão começando agora a cuidar do corpo e da saúde para o verão que se aproxima . Esse estudo japonês aponta para um novo aliado nos “treinos”, os Triglicerídeos de Cadeia Média. Que tal ingerí-los através de uma fonte tão natural como o Óleo de Coco Virgem e Orgânico? Ótimo como fonte energética e ainda excelente para os cuidados da pele.

O cuidado com os olhos na prática de esportes

As lesões oculares decorrentes da prática de esporte são mais comuns do que se imagina. Uma partida amistosa de futebol e a prática de squash, por exemplo, podem trazer danos irreversíveis aos olhos – tanto para atletas profissionais quanto para amadores. A Universo Visual conversou com o dr. Castro para saber como os óculos esportivos podem proteger os olhos. Especialista no assunto, o médico tem gosto especial pelos esportes – é ex-atleta federado – e pela área de prevenção e tratamento de traumatismos oculares.

Por que o uso de óculos esportivos é tão importante?

Dr. Castro - O globo ocular tem mecanismos próprios de proteção, que são bastante eficientes. No entanto, atividades da vida cotidiana e a prática esportiva fazem com que os acidentes oculares sejam comuns. Nos Estados Unidos ocorrem, em média, 100 mil casos de acidentes por ano, o que representa 14% de todos os atendimentos de perfurações oculares. A responsabilidade de segurança na prática esportiva cabe ao atleta, ao treinador, ao fabricante de material esportivo e de proteção, ao oftalmologista – nos casos de trauma ocular –
e ao médico do esporte.

Qual o maior vilão para os olhos dos esportistas?

Dr. Castro - Atletas como alpinistas, esquiadores, pescadores e velejadores são expostos a altas doses de raios UV, que atingem os olhos após a reflexão numa superfície qualquer. Por exemplo: o gelo fresco reflete cerca de 80% desses raios; a areia limpa, em torno de 30%; e a água, 5%. A luz ultravioleta pode causar sensação de corpo estranho nos olhos, dor e irritação ocular. O desconforto costuma aparecer de seis a dez horas depois da exposição aos raios solares. A longo prazo, os raios podem provocar lesões oculares, catarata e degenerações na retina. O uso de boné protege os olhos de aproximadamente metade dos raios ultravioleta, mas os óculos escuros conseguem protegê-los em até 100%.

Que fatores podem favorecer a ocorrência de lesão em um atleta?

Dr. Castro - Algumas situações fazem com que os olhos estejam mais predispostos a lesões oculares. Condições como alto grau de miopia, trauma ocular prévio, infecção e antecedente de cirurgia ocular aumentam o risco de dano causado por trauma. Cirurgias do tipo transplante penetrante de córnea, filtrante para glaucoma, catarata e ceratotomia radial “enfraquecem” os olhos e podem até levar à ruptura do globo ocular após um trauma. Além disso, procedimentos que diminuem a espessura da córnea, como o PRK e o LASIK (cirurgia para miopia, astigmatismo e hipermetropia), podem deixar o globo ocular mais suscetível a lesões traumáticas. Todo atleta que apresente qualquer dessas condições deve ser esclarecido a respeito dos riscos da prática de esportes e das proteções especiais a serem adotadas.

Atletas que jogam basquete deveriam usar óculos especiais?

Dr. Castro - O basquete, apesar de proporcionar muito contato físico e ser o esporte com maior número de traumas oculares nos Estados Unidos, não exige legalmente o uso de equipamento de proteção. Em um estudo realizado em Massachusetts, 28,7% de todos os traumas oculares relacionados ao esporte ocorrem na prática de basquete. As lesões acontecem especialmente pelo contato não intencional dos dedos das mãos e dos cotovelos. Embora os óculos de proteção não previnam todo tipo de contusão nos olhos, diminuem sua freqüência. Estima-se que em torno de 10% dos jogadores universitários de basquete dos EUA sofram pelo menos um trauma ocular por temporada. Em um estudo com jogadores da NBA, observou-se que 51,4% dos traumas analisados afetaram os olhos. As lesões mais comuns foram abrasões (escoriações) e lacerações (dilacerações) palpebrais, contusões da pálpebra, abrasões corneanas, uveíte traumática e fraturas orbitárias.

Algum jogador de basquete que use óculos de proteção?

Dr. Castro - Sim, o jogador Kareem Abdul-Jabbar, que começou a usá-los após a sexta abrasão corneana sofrida durante jogos. Na sua autobiografia, relatou que, eventualmente, sentia o “clique” das unhas dos adversários
nas suas lentes.

O futebol é um esporte perigoso para os olhos?

Dr. Castro - A bola de futebol pode causar lesões na órbita, nas pálpebras ou no globo ocular. O contato físico entre os jogadores também causa lesões. No Brasil, temos exemplos de jogadores que apresentaram contusões oculares sérias como Tostão, que teve descolamento de retina, e Viola, com fratura de órbita. O jogador Davids, da seleção da Holanda, joga com óculos de proteção pois realizou cirurgia para glaucoma. No futebol de salão, o diâmetro menor da bola a torna mais perigosa para o globo ocular.

E o tênis?

Dr. Castro - De novo, dados dos Estados Unidos. De 8% a 14% de todos os traumas oculares relacionados aos esportes nos acontecem em atividades com raquetes. O risco de um jogador de squash, sem óculos de proteção, sofrer um trauma ocular após jogar 12 anos, três vezes por semana, é de 12%. Traumas nesses esportes são usualmente graves. A bola de tênis é responsável por uma grande parte das lesões oculares. Por apresentar tamanho maior que a órbita ocular, causa normalmente fraturas. Já a bola de squash, pelo seu menor tamanho, pode levar a conseqüências mais graves, pois pode penetrar na órbita com velocidade superior a 170 quilômetros por hora.

Como devem ser os óculos esportivos apropriados para essas atividades que mencionamos?

Dr. Castro - Os óculos esportivos são aqueles apropriados para a prática de esportes, mas muitas vezes as pessoas fazem confusão com óculos de sol ou óculos de modelo esportivo. As lentes e armações para os óculos esportivos basicamente devem apresentar alta resistência ao impacto e proteção contra raios ultravioleta A, o UVA, e ultravioleta B, o UVB. As principais lentes com alta resistência são feitas de policarbonato e trivex. Essas lentes precisam ter espessura mínima e central de 3 milímetros e 1 milímetro, respectivamente, para fornecer proteção adequada. A qualidade óptica também é importante, em especial nos esportes que exigem precisão, como o basquete e o tiro.

Nos óculos esportivos, as lentes devem ser escuras?

Dr. Castro - Não exatamente. É importante ressaltar que a cor escura das lentes não fornece necessariamente proteção contra raios ultravioleta e os óculos de sol comuns nem sempre fornecem as exigências mínimas para a prática esportiva. As lentes polarizantes, presentes em todos os óculos esportivos, fornecem proteção contra o brilho. Os óculos solares comuns reduzem o brilho direto da luz visível, mas pouco fazem para reduzir o brilho refletido. Deve-se mencionar que essa redução do brilho diminui a fadiga dos olhos e permite um maior conforto na prática de esportes em locais com alta reflexividade da luz, como na água e na neve.

Existe alguma especificidade para as armações?

Dr. Castro - De preferência, ser de cor clara para não interferir no campo de visão. Precisam fornecer alta resistência ao impacto, mas não podem ser pesadas. Vale ressaltar que as armações devem ser adequadas ao rosto do atleta, não apresentar pontos de fragilidade que se rompam após um impacto, e ter boa aerodinâmica. Um bom oftalmologista pode ajudar o atleta na escolha da armação ideal. Além disso, as armações podem ser confeccionadas em bloco único e apresentar material antiderrapante nas hastes e na ponte. Na confecção desses materiais, devem ser seguidas normas adequadas de fabricação de acordo com o esporte praticado.

Como ficam os atletas que precisam de óculos de grau?

Dr. Castro - Os óculos esportivos podem ter, sem nenhum problema, a adaptação de grau esférico ou cilíndrico, o que permite ao atleta maior conforto e desempenho na prática esportiva.

Odontologia desportiva e o desempenho dos atletas

Ao contrário do que se pensa, a Odontologia Desportiva não é uma especialidade odontológica ligada à Educação Física, mas sim uma área de atuação da própria Odontologia. Ela visa oferecer cirurgiões-dentistas com visão esportiva, a fim de melhorar o rendimento dos atletas, promovendo a saúde bucal e prevenindo possíveis lesões decorrentes de atividades esportivas. Por ter um enfoque multidisciplinar, ela reúne uma equipe de profissionais das mais diversas especialidades odontológicas, tais como: periodontia (gengiva e estruturas de suporte dentário), endodontia (tratamento de canais), próteses e implantes (reposição de dentes perdidos), ortodontia/ortopedia (correção de dentes mal posicionados e alterações ósseas), cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial (traumatismos decorrentes da prática esportiva).

Apesar de não ser matéria curricular nas faculdades e de não existirem cursos de formação específicos, há aulas e palestras como atividades extra-curriculares, que visam informar o cirurgião-dentista sobre este novo campo de atuação, com enfoque preventivo e curativo.

Embora a Odontologia Desportiva no Brasil seja ainda muito jovem, já foi criada a Associação Brasileira de Odontologia Desportiva (Abrodesp), que além de dentistas, é composta por médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos. Além disto, no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo existe uma Comissão de Odontologia Desportiva, e, no Ginásio do Ibirapuera, foi formado o 1º Centro de Odontologia Desportiva do Brasil.

O atleta, por exigir mais do seu físico em relação às demais pessoas, necessita estar sempre atento à sua saúde, e a saúde bucal não pode ficar fora deste contexto. Constatou-se que o rendimento de um atleta pode ser reduzido se ele tiver algum distúrbio na sua saúde bucal. E ainda, por outro lado, seu rendimento está intimamente relacionado com a vitória ou a derrota. Deste modo, visando uma melhoria no desempenho do atleta, faz-se necessário um exame odontológico minucioso, a fim de promover o tratamento de eventuais doenças ou mesmo atuar de forma preventiva.

É preciso planejar bem o tratamento do atleta, pois cuidados diferenciados devem ser tomados. Por exemplo: restaurações metálicas não são indicadas, por isso devemos ter cautela na prescrição de medicamentos. A restauração metálica, por ser muito dura e resistente, pode levar à fratura de dentes devido ao impacto sofrido durante a prática esportiva. Desta forma, recomendamos a restauração em resina, que no impacto é mais fácil de ser quebrada do que o dente. Já com os medicamentos, temos de ter cuidado para não interferirem no exame anti-dopping.

Alterações bucais também podem levar à redução do desempenho do atleta, tais como: má oclusão (engrenagem entre os dentes), respiração bucal, perdas dentárias, desordens na ATM (articulação têmporo-mandibular), problemas nos canais, alterações gengivais/periodontais, cárie dentária, raízes residuais, etc. Podem levar também ao aumento do risco de lesões (nas articulações dos joelhos, por exemplo) e dificuldade para recuperação de lesões, como as musculares, bem como diminuição da capacidade aeróbica, não aproveitamento do alimento ingerido (comprometimento da mastigação e conseqüente digestão), alterações na postura e na visão, dores de cabeça, zumbidos, estafa e fadiga precoce.

Desta forma, o tratamento do atleta abrange diversas especialidades odontológicas, cujo objetivo principal é promover sua saúde bucal, e claro, reabilita-lo, o que interfere na estética e auto-estima. Mas temos uma grande preocupação: prevenir um risco a que atletas são expostos, que são os traumas desportivos, visto que são a terceira maior causa dos traumas faciais. Buscamos prevenir as fraturas dos ossos da face e dos dentes bem como lesões de língua, lábios e bochechas. O traumatismo dental é um problema de saúde pública, pois pode levar à perda dentária imediata (no momento do acidente) ou mediata (no decorrer do tratamento ou anos após, devido à reabsorção das raízes dentárias). Mas caso o trauma desportivo ocorra, podemos intervir corrigindo o dano anatômico e o distúrbio funcional.

Quando falamos em prevenção na Odontologia Desportiva, aí pensamos nos protetores bucais para prática de esportes. As modalidades de maior risco são os de contato, ou de impacto, como: boxe, judô, karatê, jiu-jitsu, luta greco-romana, sumô, futebol, basquetebol, voleibol, handebol, mountain bike, motocross, hockey in line, patins in line, etc. Nestes esportes, as chances do atleta sofrer contusões orofaciais durante a carreira variam de 33% a 56% . Podem ocorrer choques, cabeçadas, cotoveladas, traumatismos crânio-faciais, fraturas nasais, ferimentos corto-contusos e lacerantes, e até mesmo quedas acidentais ou agressões físicas como socos e pontapés.

Agindo preventivamente, os protetores bucais atuam de duas maneiras: protegendo os dentes de fraturas ou avulsões (arrancamentos) e prevenindo lesões nas bochechas, língua e lábios. Segundo a Academia Norte-Americana de Odontologia Desportiva, o uso de protetores bucais na prática esportiva reduz em até 80% o risco de perda dentária. Nos Estados Unidos e Europa, usar equipamentos de segurança é lei em inúmeras competições esportivas, mas no Brasil o uso de protetores bucais ainda é restrito a praticantes do boxe.

Existem três tipos de protetores bucais: os pré-fabricados (com tamanhos P, M e G), os termoplásticos (também pré-fabricados,) e os confeccionados pelo dentista. Os dois primeiros não têm boa adaptação à arcada dentária, interferem na fala, na respiração e na tensão muscular do atleta, que morde, aperta constantemente para não sair do lugar. O segundo leva o atleta a riscos de queimaduras na boca, pois é posto na pessoa após ser tirado de imersão na água quente para amolecer e melhor adaptar-se à arcada dentária, é o famoso “ferve e morde”. O terceiro tipo é definitivamente o melhor para o desempenho do atleta, pois é confeccionado após moldagem da arcada dentária, e é personalizado, pois não atrapalha na respiração e pode-se ingerir líquidos sem retira-lo da boca. Os protetores duram em média 1 ano, devem ser lavados com água corrente após o uso e armazenados em estojos próprios. Devem ser trocados nas crianças e adolescentes com certa regularidade, devido ao crescimento ósseo, ou sempre que o atleta apresentar alterações drásticas de peso.
A atuação da Odontologia Desportiva no Brasil só tende a crescer, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos e Europa. A tendência é que academias, clubes, federações esportivas e escolas passem a divulgar e a solicitar a necessidade de meios de proteção para a prática de esportes de uma maneira geral, quer seja dos seus associados, atletas ou alunos. Além disso, encaminhar o atleta/aluno/associado para um exame odontológico, a exemplo do que ocorre em relação à avaliação física. Enfim, prevenir é o melhor caminho, pois é mais barato saudável. Portanto, vamos nos cuidar.

Pedagogia do basquetebol: Novos conceitos acerca do ensino e do treinamento em duas fases distintas: Fase de iniciação ao jogo e fase de treinamento e

Introdução

Com a evolução tecnológica, o basquetebol sofreu mudanças significativas no decorrer das últimas décadas. Nos dias atuais, o jogo de basquetebol está mais dinâmico, necessitando, com mais premência, de decisões rápidas diante das ações dos adversários, exigindo novas metodologias para o treinamento físico e inovações para o treinamento técnico-tático, além de outros fatores pertinentes ao treinamento, como aspectos psicológicos – preparação para as competições – e complementares – o apoio de outras áreas, como da fisioterapia, da medicina desportiva, entre outras. No processo de ensino-aprendizagem do basquetebol, pretende-se desenvolver as capacidades físicas e a aprendizagem das técnicas e estratégias táticas, gerais e especiais, para os alunos/atletas das fases de iniciação e aperfeiçoamento. Deve-se considerar a organização pedagógica dos conteúdos de forma planejada para a aplicação prática, os quais podem ser embasados nos estudos sobre o treinamento desportivo e no ensino dos jogos desportivos coletivos nesse caso específico o basquetebol, almejando a educação e a formação dos alunos nos aspectos individuais e coletivos que completam o jogador.
A função do técnico de basquetebol
O professor/técnico deve conceber o ensino do basquetebol como uma prática pluralista e desenvolvê-lo de acordo com suas manifestações, seus significados, seus ambientes, e em conformidade com os comportamentos dos personagens que o praticam, independentemente da faixa etária destes. Sendo assim, vários são os motivos que devem corroborar para tornar o ambiente de prática motivador e que, no caso específico do basquetebol, as crianças e os adolescentes aprendam, gostem e continuem a praticá-lo freqüentemente, independentemente de tornarem-se talento.
A prática do basquetebol, nas ruas, nas quadras poli-desportivas, nos morros ou em outros locais onde acontece a aprendizagem (pedagogia da rua) entre os próprios praticantes sem a presença do técnico ou professor, como acontece no futebol, torna o desenvolvimento das habilidades básicas importantes para a especialização no basquetebol. A especialização é, por sua vez, uma função árdua para o agente pedagógico ensina os princípios do jogo de basquetebol, como demonstramos com clareza nos itens da figura 1.
Podemos ressaltar, pelo método comparativo, um exemplo para o ensino formal, cuja estrutura relaciona o cenário com a escola, os objetivos com a iniciação desportiva, os personagens com os alunos e a modalidade com o basquetebol. Outro exemplo pode ser atribuído para o ensino não formal, no qual a estrutura relaciona o cenário com o clube desportivo, os objetivos com a especialização desportiva, os personagens com os atletas e a modalidade sendo o basquetebol.

FIGURA ( ) Cenário, objetivos e personagens na prática do basquetebol














Fonte: Adaptado de Paes (1999), apud Oliveira (2002).

Nesse pensamento, estaremos direcionando, de forma pedagógica, o processo de ensino de acordo com cada cultura. No ensino do basquetebol, seja para iniciantes, atletas especializando-se ou para atletas profissionais, o técnico necessita compreender em qual cenário ele atua, quais são as condições físicas/materiais, entre outras, para visualizar nitidamente suas responsabilidades e funções e traçar os objetivos de seu trabalho. No entanto, deve-se observar o quê, para quê, para quem, quando e como ensinar algum princípio, evitando contradições entre seus objetivos e metas com a realidade específica de cada cenário.

FIGURA ( ) O Técnico e os demais envolvidos no ambiente de trabalho

















Fonte: adaptado de Paes (1999), apud Oliveira (2002).

O técnico precisa, portanto, ser professor, devendo, sobretudo, preocupar-se com as questões educacionais, utilizando o basquetebol como alternativa educacional. Segundo Paes (1999), ensinar somente a técnica e a tática pode não ser suficiente; cada técnico diferencia-se pela visão abrangente que tem do seu trabalho, e, mesmo possuindo sua própria filosofia, deve, contudo, adquirir os conhecimentos básicos da vida biológica e cultural de seus aprendizes. Com a somatória desses conhecimentos aliada as suas experiências práticas, o técnico pode tornar-se um agente pedagógico e um técnico vencedor. Acreditamos que, para tornar possível esse fato, é de fundamental importância que o técnico e os demais envolvidos no processo de ensino compreendam a relevância as relações que ocorrem no ambiente de iniciação e especialização do basquetebol, como demonstrados na figura

Sugestões metodológicas e pedagógicas para o ensino do basquetebol na etapa de iniciação em basquetebol em suas respectivas fases de desenvolvimento

Nossa proposta, para o ensino do basquetebol, visa ao desenvolvimento das capacidades físicas, aprendizagem tático-cognitiva e habilidades do jogo (técnicas) tanto para o ensino formal quanto para o ensino não formal. Denominamos a proposta de iniciação desportiva em basquetebol, e a subdividimos em três fases: I, II e III.
O quadro 1 demonstra nossa proposta para a iniciação em basquetebol com suas respectivas fases, as categorias disputadas nos campeonatos municipais e estaduais, e as idades cronológicas, correspondentes a faixa escolar, podendo ser utilizada pela escola formal ou por outras agências desportivas do ensino não formal.

Quadro 1- Fases, categorias, idades cronológica, faixas escolares, idade biológica e os objetivos para as fases de iniciação em basquetebol
Fases I II III
Categorias Pré-mini Mini e mirim Mirim – infantil
Idade cronológica 7-10-11 11-12-13 13-14-15
Faixa escolar 1a à 4.ª séries 5a, 6a e séries 7a e 8a séries
Idade biológica Primeira e segunda infância Primeira idade puberal Pubescência


Objetivos para cada fase Primeiros contatos com o jogo de Basquetebol – o mini-basquete Aprendizagem diversificada
dos conteúdos do basquetebol Automatização e refinamento da aprendizagem inicial e vivência de novos conteúdos do basquetebol
A Fase de iniciação I


A fase I marca os primeiros contatos da criança da primeira à quarta série do ensino fundamental, com idades entre 7 e 10 anos, para a estimulação da prática da modalidade basquetebol. Acreditamos que a aprendizagem dos fundamentos e o desenvolvimento das capacidades podem se dar de maneira recreativa, por meio de jogos com alterações nas regras, e nos objetivos, adaptando-os à realidade de cada cenário e às necessidades dos alunos, observando a disponibilidade dos recursos materiais e humanos.
Os jogos reduzidos, pré-desportivos, e as brincadeiras adaptadas podem ser utilizados como facilitadores do ensino, pois possibilitam adequar as atividades à vivência motora dos alunos ou participantes e podem ser realizados na escola, no clube ou em qualquer outro local, em função da sua ação recreativa. Proporciona-se, assim, maior motivação na prática, facilitando o aprendizado, envolvendo um grande número de crianças. A pretensão, nessa fase do processo, não é levar em conta os níveis físico e técnico-tático, mas propiciar a aprendizagem das regras básicas do jogo, bem como utilizá-lo como alternativa educacional, integrando e desenvolvendo o gosto dos participantes pelo jogo de basquetebol.

A Fase de iniciação II
A Fase II no processo de desenvolvimento, deve ocorrer aproximadamente aos 11 e 12 anos de idade; os pré adolescentes deverão estar cursando a quinta ou a sexta séries do ensino fundamental; equivalente às categorias pré-mini e mini no ensino não formal, correspondente à aprendizagem das finalizações, arremessos, ao rebote ofensivo e defensivo associados aos conteúdos fase anterior de aprendizagem enfatizados na prática pedagógica de nossa proposta.

A fase de iniciação III
O período de desenvolvimento que nomeamos fase III tem como alvo os alunos da 7a e 8a séries do ensino fundamental, com idade aproximada de 13 a 14 anos. Nessa fase, reiteram-se os conteúdos assimilados anteriormente, automatizando-os e refinando-os, obtendo novos conceitos, os quais contemplam as situações de jogo, transição, corta-luz e sistemas ofensivos e defensivos.

As fases I e II correspondem ao estímulo e aprendizagem dos conteúdos do basquetebol. Torna-se imperativo, na fase III, a continuidade do ensino dos conteúdos das fases anteriores, praticando os fundamentos em situações próximas do jogo formal. A execução desses princípios deixa de ter um caráter individual, transformando-se em ações coletivas, nas quais o movimento realizado por um jogador/aluno traz benefícios diretos aos companheiros de equipe. Os fundamentos individuais são constituídos coletivamente, realizados no tempo e espaço e deverão ser adequados às ótimas capacidades do jogo moderno.

Quadro 2- Fases, idades e conteúdos para o desenvolvimento das capacidades físicas e aprendizagem da técnica e tática nas fases de iniciação em basquetebol

FASES
IDADE CAPACIDADES FÍSICAS
TÉCNICA
TÁTICA
Iniciação (I) 7-8 a 9-10 Coordenação, saída rápida, parada brusca, mudança de direção e flexibilidade Manipulação e recepção da bola, passe e drible Primeiros jogos de noções de organização e domínio dos espaços livres
Iniciação (II) 11 a 12 Início da resistência da rapidez, início da resistência aeróbia Finalização e fundamentos sincronizados Início dos sistemas de defesa e ataque
Iniciação (III) 13 a 14 Início da resistência de força rápida, inicio da força explosiva Situações de jogo 1x1, 2x2, 3x3, 3x2,4x3 sistemas defensivos e ofensivos, por posicionamento

Sugestões pedagógicas e metodológicas para o treinamento físico e técnico- tático em Basquetebol em diferentes fases

Sugerimos, para a etapa de treinamento especializado em basquetebol, uma proposta que atenda ao ensino formal e não formal, na qual elegemos três fases para seu desenvolvimento. Essas fases correspondem às categorias, às idades em que são disputadas as competições nas agências do ensino não formal, à idade escolar do ensino formal, com base na idade biológica e de acordo com os objetivos específicos para cada fase, já expostos neste estudo. Ressaltamos que, nesse período, a proposta para o treinamento especializado em basquetebol vise às fases de especialização I e II, à busca da especialização dos gestos motores (técnica), à capacidade estratégico-cognitiva, à tática e à capacidade física. Compreendemos que nesse período os atletas, ano a ano, aperfeiçoam e aprofundam suas capacidades e qualidades, aproximando-se do profissionalismo (denominado neste estudo de fase III), almejando a obtenção e manutenção dos resultados superiores nos campeonatos estaduais, nacionais e internacionais, conforme apresentamos no quadro 15.

Quadro 3- Fases, categorias, idade cronológica, faixas escolares, idade biológica e os objetivos para as fases de treinamento especializado em basquetebol
Fases T.E nível I T.E nível II T.E nível III
Categorias ensino não formal Infanto e cadete Juvenil e sub 21 Adulto
Idade cronológica 15, 16 e17 anos 18,19 e 20 anos Acima de 20 anos
Faixa escolar do ensino formal 1.º ao 3.º ano colegial Universitário Universitários profissionais
Idade biológica Segunda idade puberal Adolescência Adulta
Objetivos para cada fase Aperfeiçoamento e aprofundamento Direcionamento e aproximação Resultados superiores

Acreditamos que o sucesso dos jogadores de basquetebol, em nível estadual, nacional e internacional, depende de múltiplos fatores; um deles é o sistema de treinamento, o qual visa, nas fases de especialização no basquetebol no ensino formal e não formal, à busca dos resultados desportivos.
A preparação especializada do jogador de basquetebol, neste estudo, acontece fundamentalmente, de forma pedagógica; o desenvolvimento das capacidades físicas e o aperfeiçoamento das técnicas e táticas sugeridas são apresentados no quadro.

Quadro 4- A preparação dos jogadores de basquetebol na etapa de treinamento especializado. Sugestões para o desenvolvimento das capacidades físicas e o aperfeiçoamento da técnica e tática.


FASES
IDADE CAPACIDADES FÍSICAS
TÉCNICA
TÁTICA
Treinamento Especializado (Nível I) 15 a 17 Resistência de força, resistência aeróbia, início da força explosiva máxima Aperfeiçoamento
dos fundamentos
individuais de grupo e coletivo Aperfeiçoamento nas funções especificas e nos sistemas de ataque e defesa
Treinamento Especializado (Nível II) 18 a 20 desenvolvimento da força máxima, velocidade máxima, resistência anaeróbia máxima
Aprofundamento dos conteúdos individuais de grupo e coletivo Aprofundamento nas funções específicas e nos sistemas defensivos e ofensivos
Treinamento Especializado (Nível III) Acima de 20 Melhores resultados da força máxima, velocidade máxima, resistência aeróbia e anaeróbia máxima Perfeição máxima na execução dos fundamentos individuais de grupo e coletivo Capacidades ótimas de decisão: individual, em grupo e coletivamente sem necessidade de ter jogadas pré-determinadas

No quadro 4- demonstramos de forma sistemática nossas sugestões para o treinamento especializado em basquetebol Esperamos que, a partir do momento que os adolescentes optem pela dedicação exclusiva nos treinamentos e competições em basquetebol, o técnico conduza o processo de treinamento, valorizando as competências básicas dos atletas, aprimorando-as e desenvolvendo novas competências de forma contínua. Sugerimos ainda, que sejam feitas as seleções permanentes para as seleções brasileiras, desde as categorias infanto-juvenis até a adulta. Não podemos ignorar que alguns atletas das seleções nacionais não permanecem no processo; não obstante, as bases continuam através da participação nos campeonatos internacionais, como o sul-americano, o pan-americano, os mundiais e os olímpicos, renovando sucessivamente e dando oportunidades para novos talentos.
Considerações finais
Ao finalizar as idéias propostas inicialmente neste artigo as quais esperamos que abram caminhos e de alternativas para novas discussões na área do basquetebol e no campo da pedagogia da iniciação e treinamento onde nesse caso elaboramos uma proposta que oriente o ensino do basquetebol. As inter-relações estabelecidas pelos técnicos com o ambiente no qual interagem poderão ser favoráveis se estes promoverem intervenções positivas no processo ensino-aprendizagem, conscientizando seus atletas a entenderem a complexidade do ambiente desportivo e a buscarem o diálogo constante com todos os que fazem parte desse ambiente; compreendendo as reações positivas e negativas dos seres humanos, criando, aos poucos, um ambiente favorável, independentemente de seu nível de atuação.
Por enquanto sugerimos que outros estudos sejam realizados no campo da pedagogia da iniciação e do treinamento em basquetebol para complementar nossas idéias e aumentar os debates, pois consideramos nossa proposta precursora, na união das áreas e na caminhada para contribuir com o sistema de treinamento do basquetebol brasileiro em todos os níveis. No entanto, necessitamos, ainda, de mais estudos sobre os sistemas de fatores complementares e, particularmente, do sistema de competições, visto que devemos planejar o sistema de treinamento com base nesses dois fenômenos, para a preparação, em longo prazo, desde os eventos sul-americanos, nas categorias infanto-juvenis, juvenis até a adulta, para os campeonatos mundiais e jogos olímpicos.

O PERIGO DO AÇÚCAR PARA ATLETAS

Em meados da década de 70, com a publicação (e o sucesso estrondoso) do livro Sugar Blues, escrito pelo americano William Dufty, o açúcar foi alçado à condição de inimigo número 1 da boa saúde. Era uma obra panfletária contra o que seria, na opinião do autor, o grande problema moderno: o consumo de açúcar refinado. Inúmeros estudos posteriores confirmaram que, se não era o responsável pelo mal-estar da civilização, como exagerava Dufty, o alimento era ainda assim nocivo se consumido puro ou em grandes quantidades. A divulgação desses dados, aliada à imensa popularização das dietas alimentares, fez com que nos últimos vinte anos milhões de pessoas abandonassem ou reduzissem drasticamente o hábito de ingerir açúcar. No Brasil, o consumo per capita anual de açúcar despencou de cerca de 16 quilos, em 1988, para pouco mais de 8 quilos, em 2003. As pesquisas mais recentes na área de nutrição e metabologia mostram que o alimento, principalmente em excesso, está associado a obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares, entre outros males. "O açúcar é um alimento calórico e sem nenhum valor nutricional. Por isso, o melhor a fazer é comer pouco", disse a VEJA o médico americano Walter Willett, autoridade mundial em alimentos e professor dos departamentos de epidemiologia e nutrição da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

Além do risco de engordar, há ainda outro ponto que reforça a necessidade de moderação no consumo de açúcar. A ausência de nutrientes faz com que ele seja digerido quase que instantaneamente, o que provoca uma rápida elevação nos níveis de glicemia e otimiza o depósito de gordura nas células. As alterações na glicemia, porém, não são exclusividade do açúcar. Todos os alimentos que apresentam carboidratos em sua constituição também provocam esse efeito – em maior ou menor grau. Para avaliar o impacto sobre a glicemia desse açúcar escamoteado em cada alimento, uma equipe de pesquisadores de Harvard, da qual o nutrólogo Walter Willett faz parte, criou um conceito chamado carga glicêmica. Trata-se de um instrumento capaz de dimensionar quanto uma determinada porção de alimento eleva as taxas de glicose no sangue. Um dos efeitos nocivos da subida rápida e exagerada da glicose sanguínea é o aumento da secreção de insulina pelas células do pâncreas. Esse hormônio é responsável por jogar a glicose para o interior das células, onde ela será metabolizada para se transformar em energia. Insulina em excesso pode baixar as taxas de glicemia rápido demais, o que abre o apetite e faz com que a pessoa coma novamente – e engorde. Além disso, há o risco do desenvolvimento de uma condição chamada resistência à insulina, que pode levar ao diabetes. Esta reportagem traz, com base nas descobertas mais recentes, as respostas às perguntas mais freqüentes sobre o açúcar, o perigo branco ou, muitas vezes, invisível.



1 Por que o açúcar é um vilão?

O problema do açúcar, em especial o refinado, é que ele é 100% caloria, sem valor nutricional. Quando consumido regularmente em grande quantidade ou puro, ele deflagra uma série de reações bioquímicas que podem levar à obesidade, e esta, à hipertensão, ao diabetes e até a alguns tipos de câncer. Isso é sabido pela medicina há muitas décadas. O que existe de novo no estudo do metabolismo do açúcar no corpo vem da medição exata de como outros alimentos podem produzir os mesmos efeitos adversos do doce pó branco.



2 O consumo de açúcar causa automaticamente aumento de glicose no sangue?

Alimentos com alto teor de açúcar, além de ser calóricos, promovem, sim, um aumento rápido dos níveis de glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia para o corpo humano. Ela é obtida a partir principalmente dos carboidratos – grupo do qual o açúcar faz parte. A glicose só pode ser utilizada pelas células, onde se transforma em energia, na presença do hormônio insulina. Pessoas com sobrepeso, obesidade ou predisposição genética estão mais propensas a desenvolver resistência à insulina. Uma descoberta recente explica as razões: a gordura em excesso funciona como uma glândula produtora de hormônios que desregulam o apetite, como a leptina, a resistina e a adiponectina. A resistência à insulina caracteriza-se pela dificuldade das células do organismo em reconhecer o hormônio, o que pode levar ao acúmulo de glicose no sangue e, conseqüentemente, a uma produção exagerada de insulina. O açúcar de açucareiro não é o único alimento responsável por elevar as taxas de glicose no sangue. Na década de 80, a ciência da nutrição desenvolveu um instrumento, batizado de índice glicêmico, ou IG, capaz de medir a velocidade com que cada alimento aumenta os níveis da glicemia. Depois surgiu outra ferramenta ainda mais prática, a carga glicêmica, ou CG, que avalia as alterações na glicemia causadas por uma determinada porção do alimento.



3 Todos os alimentos que contêm açúcar elevam os níveis de glicose na mesma proporção?

Os alimentos que contêm carboidratos aumentam a glicemia, sem exceção. Entre eles, estão até mesmo os insuspeitos hortaliças e grãos. O impacto dos diversos alimentos sobre as taxas de glicose sanguínea, no entanto, é variável (veja tabelas). Depende da velocidade com que essas comidas são digeridas. Quanto mais rápido, maior é o pico glicêmico. Dentre os fatores que alteram esse índice estão a presença ou não de gordura, fibras insolúveis e proteínas, a forma de preparo e a combinação desses itens com outros à mesa. Por exemplo: a batata cozida apresenta carga glicêmica maior que a da batata frita, porque é isenta de gordura. A mesma batata cozida terá teor glicêmico menor se consumida com casca ou acompanhada de uma fonte de proteína, como um bife. O macarrão feito à base de trigo refinado tem carga glicêmica maior que a versão integral da massa bem cozida. Esta, por sua vez, terá carga glicêmica maior, se comparada com o macarrão integral servido al dente (pouco cozido).



4 O açúcar causa diabetes?

O consumo exagerado de açúcar é parte de uma série de fatores que provocam a doença. Ele é talvez um atalho, o caminho mais rápido para a obesidade, que abre a porta para a resistência insulínica e para o diabetes. Sem que possa ser usada adequadamente pelas células para produzir energia, a glicose mantém-se na corrente sanguínea, obrigando o pâncreas, órgão no qual se localizam as células responsáveis pela produção de insulina, a secretar quantidades cada vez maiores da substância. Caso esse processo seja experimentado pelo organismo por muitos anos, a instalação do diabetes é quase inevitável. Ainda assim, as pessoas com blindagem genética à doença podem viver muitos e muitos anos sem que seu organismo acuse o golpe do abuso de açúcar na dieta. Essa blindagem pode ser reproduzida, mesmo em pessoas com diabetes, com o auxílio de medicamentos. Assim, com a doença sob controle, alguns diabéticos podem ocasionalmente comer doces sem maiores danos ao organismo.



5 É indicado reduzir a ingestão de
alimentos ricos em carboidratos?

Os carboidratos são a principal fonte de energia do organismo. A pirâmide nutricional preconiza que cerca da metade das calorias diárias deve ser consumida sob a forma de carboidratos – preferencialmente os alimentos de baixa carga glicêmica, como os integrais ricos em fibras. Para uma alimentação saudável, no entanto, deve-se levar em conta também a quantidade de calorias e de gordura contida nos alimentos. Não adianta encher o prato com alimentos de baixo teor glicêmico, se esse prato estiver cheio de fatias suculentas de picanha ou de uma quantidade de calorias maior do que o recomendável. Um estudo da Universidade de Sydney, na Austrália, publicado recentemente na revista científica Archives of Internal Medicine, concluiu que dietas de emagrecimento à base de alimentos com carga glicêmica baixa são mais eficientes. A pesquisa acompanhou 129 pessoas com sobrepeso ou obesidade, com idade de 18 a 40 anos, divididas em quatro grupos, com cardápios diferentes cuja composição variava de acordo com a quantidade de proteínas e carboidratos de alto ou baixo teor glicêmico. A perda de peso promovida por todos os regimes foi semelhante. A diferença é que os cardápios de carga glicêmica mais baixa proporcionaram até o dobro da queima de gordura nos primeiros três meses. Ou seja, proporcionaram um emagrecimento mais rápido e mais saudável.



6 Quais são os melhores substitutos do açúcar refinado, fora os adoçantes?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de açúcar refinado não ultrapasse 10% do consumo diário total de calorias. Isso equivale, numa dieta de 2.000 calorias diárias, a quatro colheres de sopa rasas, aproximadamente. Essa porção inclui tanto a colherinha que adoça o cafezinho de manhã quanto o açúcar usado na receita do bolo ou na do molho de tomate. Por isso, se o objetivo é reduzir calorias e obter um sabor mais próximo ao do açúcar, uma opção é o açúcar light, que mistura o alimento refinado e adoçante. O açúcar refinado também pode ser substituído pelo mascavo ou por mel. A vantagem é que, enquanto o açúcar refinado não contém vitaminas nem sais minerais, o mascavo e o mel possuem. A desvantagem é que, como eles apresentam um poder edulcorante menor, as pessoas são tentadas a usá-los em maior quantidade.



7 As bebidas alcoólicas também
elevam a glicose no sangue?

Boa parte das bebidas alcoólicas é composta de carboidratos provenientes do trigo ou da cevada, da uva ou do milho. É o caso, por exemplo, da cerveja, do vinho e do uísque, respectivamente. É por isso que o consumo de álcool pode alterar os níveis de glicose no sangue. Um copo de cerveja, por exemplo, eleva 50% mais os níveis de glicose no sangue do que uma colher de sopa de açúcar. Para metabolizar o álcool, o organismo consome muita energia. Para isso, tem de recorrer aos estoques de glicose armazenados no fígado e nos músculos. Quando isso ocorre, a pessoa pode ser acometida por tontura, mal-estar, fraqueza e dores no corpo – a ressaca, para ser mais direto.



8 O açúcar vicia?

Por causa do aumento nos níveis de dopamina e serotonina, substâncias produzidas no cérebro e que estão associadas ao prazer e ao bem-estar, o açúcar pode, de fato, viciar. Mas a dependência criada pela sensação de bem-estar e prazer decorrente do consumo de açúcar é mais de ordem psicológica do que química.



9 Por que gostamos tanto de doces?

O atual plantel de seres humanos é resultado de milhares de anos de evolução durante os quais, em diversas fases, comer alimentos adocicados foi vital para a sobrevivência. A humanidade, portanto, está programada para comer doces. A língua e o nariz são forrados de células que têm a função de detectar o sabor e o aroma dos doces. As razões para essa preferência ancestral são duas. Os doces são ricos em glicose, a principal fornecedora de energia para as células. Além disso, o sabor adocicado servia de indicador para que nossos ancestrais pudessem distinguir os alimentos saudáveis dos venenosos e estragados. A diferença básica entre a situação atual e a dos primórdios da evolução humana é a abundância. Os humanos primitivos comiam doces misturados às fibras dos frutos e sempre enfrentavam escassez calórica. Hoje, come-se açúcar não apenas em excesso, mas em concentrações com alto grau de pureza e sem a presença das fibras.



10 Uma interrupção no consumo
de açúcar pode levar à depressão?

Se a dieta exigir o corte radical dos carboidratos (e não apenas do açúcar), isso pode ocorrer. A explicação dos especialistas está na química cerebral. Os carboidratos funcionam como matéria-prima indispensável à síntese de serotonina, o neurotransmissor associado à sensação de bem-estar. Uma queda brusca na oferta desse nutriente pode levar a uma redução considerável nas taxas de serotonina e, com isso, suscitar sintomas de depressão. Além disso, o consumo de doces, especificamente, eleva as taxas de outro neurotransmissor: a dopamina, associada à sensação de prazer. Essa relação explica, por exemplo, por que pessoas com sintomas de depressão ou alterações de humor muitas vezes aumentam o consumo de doces.



11 Adoçante artificial causa câncer?

Ratos submetidos a doses elevadas do adoçante ciclamato apresentaram alta incidência de leucemia. Os especialistas, porém, dizem que, para produzir o mesmo efeito em seres humanos, o ciclamato teria de ser consumido em doses diárias descomunais por décadas a fio. Como toda substância química, os adoçantes devem ser ingeridos com cuidado. Alguns apresentam sódio em sua composição, o que pode aumentar a retenção de líquidos e os níveis da pressão arterial. Por isso, pacientes hipertensos devem preferir adoçantes sem a substância. Alguns adoçantes, como o aspartame e o sorbitol, não são totalmente isentos de calorias. A frutose e o sorbitol podem alterar a glicemia e, por isso, não são recomendáveis para os diabéticos. Como não há estudos que comprovem a segurança do uso de adoçantes e produtos dietéticos por mulheres grávidas, os especialistas recomendam que seu consumo seja moderado durante a gestação.



12 Quais as teses sobre o açúcar propostas no livro Sugar Blues que ainda permanecem atuais?

O tom usado pelo jornalista americano William Dufty (que morreu de câncer em 2002) é panfletário. Sugar Blues é um manifesto de ódio ao alimento. Só para se ter uma idéia da intensidade de suas críticas, Dufty comparava os produtores de açúcar aos traficantes de drogas. Além disso, culpava o alimento pelos mais diversos males – de dores de cabeça a doenças psiquiátricas graves, do diabetes a distúrbios cardiovasculares, passando pelas alergias, inflamações e fadiga. Em defesa de suas teses, ele recorreu a uma centena de estudos científicos. O problema é que, muitas vezes, ele fez uma análise deturpada desses trabalhos – como aquela em que Dufty sugeria que o açúcar pode levar à esquizofrenia. O mérito de Sugar Blues foi chamar a atenção do público para o assunto.

Fontes: Alfredo Halpern, endocrinologista; Ana Maria Lottenberg, nutricionista; Ana Paula Machado Lins, nutricionista; Ariane Severine, nutricionista; Carlos Alberto Werutsky, nutrólogo; Edson Credídio, nutrólogo; Freddy Eliaschewitz, endocrinologista; Geraldo Medeiros, endocrinologista; Henrique Suplicy, endocrinologista; Jorge Horii, engenheiro agrônomo; José Alves Lara Neto, nutrólogo; Mariana del Bosco, nutricionista; Patrícia Bertolucci, nutricionista; Renato Sabbatini, neurocientista; Walmir Coutinho, endocrinologista; Yotaka Fukuda, otorrinolaringologista



Do romance entre uma atriz de cinema e um jornalista americano nasceu um dos livros mais famosos da literatura sobre nutrição: Sugar Blues, o primeiro a apontar o açúcar como o grande vilão da boa saúde, escrito por Willian Dufty e publicado nos Estados Unidos, em 1975. Desde então, já foi vendido 1,5 milhão de cópias ao redor do mundo. No início da década de 70, Dufty conheceu a atriz Gloria Swanson numa festa em Los Angeles. Ela não comia açúcar e ele era um "viciado" em doces. Apaixonado, Dufty cortou o alimento de sua dieta e vasculhou toda a literatura sobre o assunto. O material serviu de base para o seu manifesto. O título é uma referência aos efeitos depressivos da privação de doces nas dietas, o que leva a seu consumo regular e crescente.



MITOS E VERDADES SOBRE O METABOLISMO

O SER HUMANO NASCE COM UM ESTOQUE FIXO DE INSULINA – Falso. A produção do hormônio insulina é ilimitada, mas a quantidade de células produtoras do hormônio é fixa. Em pessoas saudáveis, a produção do hormônio insulina acompanha os altos e baixos das taxas de glicose a que o organismo está sujeito durante o dia e a noite – e esse ritmo é constante. Já a quantidade das células produtoras de insulina, as beta, é limitada – mantém-se inalterada do nascimento à morte. Além disso, elas não se regeneram naturalmente. No diabetes tipo 1, há uma destruição total dessas células. Por isso, os diabéticos têm de recorrer às injeções de insulina. No diabetes tipo 2, as células beta são destruídas progressivamente

BEBER LÍQUIDO DURANTE AS REFEIÇÕES CRIA BARRIGA – Falso. Beber mais de um copo de líquido durante as refeições não é saudável, mas não promove o acúmulo de tecido adiposo na região abdominal. O consumo excessivo de líquido dilui os sucos gástricos, o que pode comprometer a digestão dos alimentos, e leva à dilatação momentânea do estômago, o que pode causar mal-estar. Tudo volta ao normal depois que o líquido for absorvido

O EFEITO SANFONA DESACELERA O METABOLISMO E DIFICULTA A PERDA DE PESO – Verdadeiro. Perder muito peso e voltar a engordar em pouco tempo pode desregular o ritmo metabólico. Quando uma pessoa emagrece e não pratica exercícios físicos, pode haver perda de músculo – de todos os tecidos do organismo, o que mais consome energia. Quando o peso é recuperado, dificilmente a musculatura se recompõe. Com isso, o gasto calórico diário torna-se menor e voltar a emagrecer fica mais difícil

PARAR DE FUMAR ENGORDA – Em parte. Assim como alguns alimentos, a nicotina estimula a produção de serotonina, um neurotransmissor associado à sensação de bem-estar. Parar de fumar leva a uma baixa dos níveis da substância no cérebro, além de provocar alterações no humor. Para suprir a falta do neurotransmissor, é comum que ex-fumantes recorram a quantidades exageradas de doces, especialmente chocolate. Com isso, engordam

O CAFÉ ACELERA O METABOLISMO – Verdadeiro. A cafeína, um dos principais compostos do café, é um estimulante. Seu consumo acelera o metabolismo basal, a energia gasta em funções vitais, como os batimentos cardíacos e a digestão. Esse consumo de energia não é suficiente para promover a queima de gordura. Ou seja, sozinho o café não emagrece. Isso pode ocorrer se seu consumo estiver associado à prática regular de exercícios físicos

O IDEAL É SE ALIMENTAR DE TRÊS EM TRÊS HORAS – Verdadeiro. Os médicos aconselham fazer seis refeições por dia. Nos intervalos entre o café-da-manhã, o almoço e o jantar deve-se fazer lanches leves. Com isso, o metabolismo mantém-se ativo durante todo o dia

O NÚMERO DE BATIMENTOS CARDÍACOS ESTÁ PREDETERMINADO AO NASCIMENTO – Falso. Não se sabe de onde nem quando surgiu esse mito. O que se tem por certo é que o coração de um adulto saudável bate, em média, de sessenta a 100 vezes por minuto. Obviamente, há situações em que ele trabalha num ritmo mais acelerado, como na prática de exercícios físicos. Em outras ocasiões, como durante o sono, o coração tende a bater mais lentamente. Em nenhum desses casos, isso significa que se está gastando ou economizando batimentos cardíacos

Rastreamento de Risco Cardiovascular em Atletas Estudantes

Neste Artigo:

- Introdução
- O Programa de AFPP
- Conclusão
- Veja Outros Artigos Relacionados ao Tema

Todos os anos, um certo número de atletas jovens, adolescentes e crianças morre subitamente devido a problemas cardíacos associados a um pequeno grupo doenças e a comportamentos de risco. Enquanto a morte de uma criança ou adolescente já é por si só entristecedora, o será ainda mais quando a vítima for um atleta até então extremamente saudável.

Como não existe nenhuma bateria de testes comprovadamente capaz de detectar todas as doenças cardíacas, com uma taxa de diagnóstico custo efetivo, a American Heart Associantion (AHA) formulou um programa de avaliação física pré-participativa (AFPP) de rotina para atletas. O resumo desse programa foi publicado na revista médica American Family Physician.

Introdução

Nos EUA, onde existem cerca de oito milhões de atletas estudantes (ensino médio e superior), há uma preocupação em se prevenir tais catástrofes – mortes súbitas em esportes competitivos. Na atualidade, a ocorrência de tais eventos está estimada em um caso em cada 200.000 atletas estudantes por ano. Entre os anos de 1983 e 1993 o Centro Nacional de Pesquisa de Lesões Esportivas Catastróficas dos EUA encontrou um número de 126 mortes em estudantes do ensino secundário sendo que 100 dessas foram devidas a problemas cardiovasculares. A maioria dessas fatalidades ocorre por problemas cardíacos congênitos o que torna o rastreamento diagnóstico difícil pelo fato de apenas 0,2% de atletas terem tais distúrbios.

A dificuldade em se montar um programa de rastreamento dessas doenças, nessa população específica, reside na sua baixa incidência em atletas jovens, e quando presentes, raramente manifestam sintomas. Assim, os gastos com exames complementares podem ser absurdos. Por exemplo, precisa-se de 200.000 pessoas rastreadas para que 1.000 sejam diagnosticadas sendo que destas, ocorreria uma morte se nada fosse feito, ou seja, consulta-se 200.000 pessoas para salvar uma delas.

O Programa de AFPP

O objetivo do AFPP não é a exclusão de atletas, mas a manutenção da saúde e segurança dos mesmos. Também deve ser encarado como uma maneira de se conseguir abordar um grande grupo de pessoas que não procurariam o médico se não fosse através do AFPP. Assim pode-se utilizar dessa oportunidade para o aconselhamento de problemas comuns da saúde da adolescência. Abaixo estão listados os principais temas a serem abordados:

- detecção de anormalidades musculoesqueléticas que podem predispor a lesões ou doenças durante a prática do esporte;

- detecção de condições com potenciais riscos de vida que limitam a segurança do atleta;

- atender a requerimentos legais e de seguro de saúde;

- determinar a saúde geral do atleta;

- aconselhamento de adolescentes sobre questões relacionadas com a saúde: uso de tabaco, álcool, drogas ilícitas, práticas sexuais prejudiciais e problemas psicológicos.

O rastreamento deve ser começado com uma boa história médica. Nela, deve-se perguntar sobre vários dos sintomas que se não indagados, provavelmente não serão ditos: tonteiras, "cabeça fraca" ou desmaios, dor ou desconforto torácico, falta de ar desproporcional à atividade física em questão, palpitações, aumento da pressão arterial, níveis altos de colesterol no sangue, doenças viróticas e bacterianas recentes (miocardite, mononucleose infecciosa, faringite e amigdalite, dor articular), história de sopros cardíacos, uso de tabaco, álcool ou drogas ilícitas, passado de cirurgia cardíaca, doenças congênitas cardiovasculares, história familiar de morte súbita antes dos 50 anos, outras possíveis doenças familiares. No exame físico deve-se tentar identificar quaisquer sinais que possam sugerir um distúrbio cardiovascular. Devem ser examinados o sistema cardiovascular e musculoesquelético, olhos, estruturas da face (nariz, ouvidos, cavidade oral), sistema respiratório, pele, genitália nos homens, medir também os dados antropométricos. Estar atento para sopros cardíacos, aumento de pressão arterial, diferença de pulsos nos braços e pernas, arritmias cardíacas. Quando há suspeita de alterações, deve-se encaminhar o atleta ao especialista para exames mais detalhados.

Exames complementares não invasivos como o eletrocardiograma (ECG) e o ecocardiograma (ECO) não foram comprovados como custo efetivo quando usados de rotina, ou seja, sem uma indicação prévia. Além disso, podem desencadear um elevado número de falso positivos, talvez maior até que os verdadeiramente positivos o que traria grandes transtornos para tais atletas. Por isso, somente aqueles atletas que apresentarem alterações sugestivas em suas histórias e/ou exame físico é que seriam submetidos a tais exames complementares.

Uma vez confirmada a presença de alterações, deve-se aferir a magnitude do risco cardiovascular do atleta na realização de sua atividade física e se ele deve se retirar de tais atividades. Esse julgamento deve ser baseado em tabelas já aprovadas por sociedades científicas como a AHA, American College of Cardiology (ACC) e American College of Sports Medicine (ACSP).

Qualquer restrição feita deve ser amplamente discutida e explicada para o atleta, treinador e sua família. Caso não houver necessidade de deixar o esporte, ele deve ser orientado sobre seus riscos em determinadas atividades. Todos os médicos que aplicam o AFPP devem deixar claro aos interessados que mesmo sem uma alteração perceptível na entrevista e exame de rotina, o risco pode ainda existir.

Conclusão

As dificuldades inerentes ao AFPP são muitas. Várias doenças cardíacas responsáveis por morte súbita não são detectáveis na consulta médica por serem clinicamente silenciosas. Muitos atletas podem não relatar sintomas nem história familiar de tais doenças. Pontos importantes a serem considerados são a dor torácica, desmaios e história familiar de morte súbita.

Nos EUA, ainda há vários problemas com relação a uma padronização desse exame nos diversos estados. Quando se traz essa realidade para o Brasil, fica difícil de se fazer uma correlação, devido ao fato de não haver uma organização desse porte no que diz respeito aos esportes e torneios nacionais entre jovens de ensino médio e curso superior. Não obstante, é importante que os médicos que atendem adolescentes e adultos jovens, façam tais questionamentos sempre que possível para que de alguma forma, haja algum tipo de rastreamento em atletas jovens brasileiros. A promoção de seminários e congressos sobre esse assunto é extremamente bem-vinda dentro de congressos maiores como, por exemplo, a saúde do adolescente e medicina do esporte, ramos que estão cada vez mais presentes na medicina dos dias atuais.

OS PERIGOS DO ÁLCOOL PARA OS ATLETAS

Os atletas e o álcool

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Última atualização em Ter, 29 de Maio de 2007 09:32 Ter, 29 de Maio de 2007 09:19

O Álcool e o esporte

Quantos atletas consomem bebidas alcoólicas e em que quantidade? É difícil encontrar respostas confiáveis para essas perguntas. Em primeiro lugar, já que fornece, caracteristicamente, menor contribuição para ingestão diária de energia (geralmente menos de 5% da ingestão total de energia em adultos), com freqüência, a ingestão de álcool é excluída dos resultados das pesquisas alimentares em atletas ou simplesmente esquecida. Em segundo lugar, os especialistas em pesquisas alimentares dizem que os relatos pessoais sobre o próprio consumo de álcool são particularmente questionáveis. Por temerem discriminação, os atletas omitem informações ou exageram nos dados para se exibir.

Em geral, as pesquisas alimentares com atletas que incluem informações sobre consumo de bebidas alcoólicas sugerem que o álcool contribui com 0 a 5% para a ingestão total de energia na dieta diária. Esses valores podem fornecer uma visão distorcida dos hábitos alcoólicos dos atletas. Afinal, muitos deles só consomem álcool algumas poucas vezes por semana ou por mês, porém, nessas ocasiões, tomam grandes quantidades. Tal padrão foi demonstrado em uma pesquisa alimentar com jogadores de futebol da Austrália, cuja ingestão diária média de álcool foi registrada em modestas 20 g ou duas doses padrão. A maior parte dessa ingestão ocorria durante reuniões para comemorar ou lamentar o resultado dos jogos; nesses eventos, a ingestão média era de 120 g (em uma faixa de 27 a 368 g), o que significa uma contribuição média de 19% (em uma faixa de 3 a 43%) para a ingestão total de energia. Esses relatos pessoais de ingestão excessiva de álcool após o jogo foram confirmados pela estimativa dos níveis de álcool no sangue (BALs - blood alrohollevels) em uma sessão de treinamento realizada na manhã seguinte após o jogo: 34% dos jogadores registraram um BAL positivo; 10% deles apresentaram um nível acima do limite permitido pela legislação para dirigir um veículo auto motivo. Bebedeiras são temas freqüentes de conversas ou de reportagens na mídia sobre as façanhas dos atletas fora dos campos. Parece que elas ocorrem com maior freqüência após sessão esportiva, em eventos sociais relacionados com o esporte ou em companhia de outros atletas. A ingestão de bebidas alcoólicas após o exercício gera vários tipos de racionalizações e justificativas por parte dos atletas, inclusive as do tipo "todo mundo faz isso", "eu bebo só uma vez na semana" e "eu posso eliminar tudo na sauna amanhã cedo". Em alguns casos, esses episódios são romantizados e admira-se a façanha dos que bebem.

Não sabemos se a ingestão total de álcool ou os eventos em que há grande consumo alcoólico são diferentes no caso dos atletas e da população em geral. Várias teorias têm sido propostas para explicar associações prováveis entre o esporte e o consumo de álcool. De um lado, sugere-se que os atletas ingerem menos álcool em razão da elevada auto-estima, do estilo de vida mais rigoroso e do maior interesse na própria saúde e no desempenho.

De outro, associam o álcool aos rituais de relaxamento e celebração no esporte e à exposição a determinados riscos, que, no caso dos atletas, seriam maiores. Vários estudos realizados em diferentes países mostram que os relatos dos atletas incluem ingestões de álcool maiores do que as dos sedentários, sendo que os jogadores de equipes esportivas são os que relatam maiores ingestões.

Embora indícios apontem para o fato de que muitos atletas consomem álcool em quantidades excessivas, pelo menos em algumas ocasiões, fazem-se necessários outros estudos para precisar a ingestão de álcool e os padrões de consumo dos atletas. As informações sobre as atitudes e as crenças dos atletas em relação ao álcool também são importantes, pois permitem a orientação dos programas educacionais especificamente para as práticas de consumo de álcool realmente prejudiciais ao desempenho ou à saúde do atleta.

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